Moda, poluiçom e educaçom
Hoje foi um desses dias em que os médios mostram o limite grotesco ao que pode chegar o mundo da moda, uns tênis de Balenciaga, com aparência suja e estragados por 1.450 €, e esgotados em horas, o nível de estupidez humana parece nom ter limite. Mas este é um caso peculiar dentro do mundo da moda, que nom só move um grande e cada vez maior volume de negócio, e que avança a grande velocidade como atividade poluinte e produtora de resíduos, tanto no processo produtivo como na distribuiçom, venda, uso e rejeitamento.
Começando polo princípio, o vestido, que foi desenvolvido polos seres humanos para se proteger e abrigar do médio e da meteorologia, desenvolvendo vestimenta adequada a cada atividade e entorno. A medida que surgem as diferencias sociais também se “marcam” com a roupa, para identificar o status de cada um. Mas nom é até o século XX que se começa a desenvolver umha indústria, nom têxtil quer já havia tempo que existia, mas si da moda massivamente. É verdade que se criam novos tecidos, mais ligeiros e quentes, mais fácil de lavar... Mas paralela à criaçom de novos tecidos, o negócio da moda começa a deixar de ser algo elitista e começa a ser algo quase universal, nom atende a necessidades de vestimenta, senom a necessidades de venda. Produzir para vender, e mudar em pouco tempo, criando a necessidade de comprar para nom estar fora da tendência. Hoje levam-se as calças baixas e ao ano seguinte atingem até o esterno. Cria-se a necessidade de ter que mudar e de ter mais, já nom é roupa para estar cómodo ou se proteger da meteorologia, e chega a todas as classes e a todos os níveis. A indústria têxtil cresce e produze cada vez mais barato graças à super exploraçom especialmente de crianças e mulheres do sul de Ásia, na atualidade essa indústria é a responsável do 10% das emissons de CO2 a atmosfera. Um consumo de água brutal, só umha camisola tem um gasto 2.700 litros. A percentagem de água poluída pola indústria têxtil é do 20 % de toda a indústria. Hoje a indústria têxtil é a segunda mais poluinte de todo o planeta.
Mas essa roupa comprada massiva e compulsivamente, nom é para durar, há que mudar a medida que a moda o fai, e quando botamos contas começamos a ver a segunda parte do problema. Ao grande efeito poluinte da indústria têxtil há que somar a distribuiçom, porque devido à “globalizaçom” a deslocaçom da produçom obriga a umha basta rede de transportes que soma o seu efeito poluinte ao da indústria. Mas chegamos à seguinte fase, umha vez comprada a roupa cada vez se usa menos, para nos fazer umha ideia, no estado espanhol tiram-se cada ano 900.000 toneladas de roupa, de todo o que se compra um 85% remata no lixo. Algumhas rematam em incineradoras umha pequena percentagem reciclam-se e outras rematam simplesmente em vertedoiros, um exemplo disto é o deserto de Atacam em Chile, onde rematam cada ano 40.000 toneladas de roupa de U.S.A e Europa. Com o que custam os tênis de Balenciaga, podiam ir até Chile a rebuscar no deserto de Atacama e voltar com vários pares, e ainda sobra dinheiro.
Que sentido tem todo este disparate?. Sabemos que o sistema capitalista e super depredador e sempre busca como se enriquecer sem medir as conseqüências, mas a estupidez humana nom tem limite?. E nom pensemos que se a moda é “galega”, já está “livre de pecado”, ou é que zara vai defender aos trabalhadores galegos, e a elite da moda galega tem umha clara consciência nacional?. É verdade que a capacidade dos mass média é muito importante, e as redes sociais estám desenhadas também para manter o sistema e nos fazer servos. Mas enquanto tenhamos cérebro pensante teremos que educar, especialmente à gente nova que mais facilmente pode cair nas redes da moda. Na adolescência sair da norma precisa de muito critério e personalidade. Que ninguém tenha problema por repetir a roupa vários anos, ainda que algumha ministra de Espanha mude de “modelito” mais que de partido, basta com lavar e enquanto nom rompa de todo, e também há fio e agulhas para reparar, e zapateiros para arranjar o calçado. Também é luitar contra o capitalismo desmontar os seus sistemas de se enriquecer, ademais de defender o nosso futuro.