Emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e atividade agropecuária.

Os gases que mais contribuem par o aquecimento do clima terráqueo, como consequência da atividade humana, são:
- o dióxido de carbono (ou CO2), liberado na atmosfera pelo uso de qualquer combustível fóssil (petróleo, carvão etc.), ou durante queimadas da floresta;
- o metano (ou CH4) gerado, por exemplo, no aparato digestivo de animais de gado ou em grandes arrozais;
- e o óxido nitroso (ou N2O ou gás hilariante), que pode ser liberado por atividades agropecuárias, tais como o uso de fertilizantes.
Segundo os dados extraídos do informe de situação das emissões de CO2 no mundo para o ano 2015, da Fundação Empresa e Clima, tomando como referência o ano 1990 e até 2014, no mundo acrescentaram-se as emissões de CO2 em 57,9%. Em 1990 as emissões totais foram 20.503 milhões de toneladas, sendo em 2014 de 32.381 milhões de toneladas. O grande incremento produz-se a partir do ano 2010, que é o momento no que se superam os 30.000 milhões de toneladas e de aí em diante não para de medrar.
Entre a China, os EUA e a Índia, no ano 2014, achegaram mais de 50% de todas as emissões mundiais, mas no caso de se ter de conta a povoação comprova-se que o estado que mais emissões provoca é Catar, os EUA eram décimos, em tanto a Federação Russa ocupava o posto vigésimo, e a República China, com 6,66 toneladas por pessoa, estava no 39. Neste ano de 2014, a Índia figurava no posto 101. A meia mundial situava-se em 4,47 t/pessoa/ano. Os dez primeiros emissores, tendo de conta a povoação, eram ocupados por países do Golfo Pérsico a exceção de Luxemburgo que ostentava o sétimo e Gibraltar o noveno.
Segundo este informe na Europa (33 países), da que se excluiu à Federação Russa, Ucrânia e Bielorrússia, no ano 2014 o estado com mais emissões fora Alemanha, seguido do Reino Unido, Turquia, França e Itália. De tomar como referência as emissões per capita, os três estados mais emissores foram Luxemburgo, Estônia, e Islândia. A meia de Europa estava situada nas 8,73 t/pessoa/ano.
Do total de emissões de GEE, na Europa em 2014, o 81,5% provêm diretamente do dióxido de carbono (CO2) e o 10,2% do CO2 equivalente é atribuído às emissões de metano (CH4).
A geração de energia achega o 28,2% das emissões totais e o transporte rodado o 19,1%. Estes dois setores, junto com as indústrias manufatureiras e da construção e outros setores estão incluídos no setor energético que conjuntamente vêm supor o 75,2% do total de emissões de GEE, o seguinte setor que mais contribui é o da agricultura com o 9,9%.
Do total das emissões ocasionadas pela atividade agropecuária na Europa (9,9%), o 43,1% são devidas à fermentação entérica (ocasionas no processo digestivo dos ruminantes, processo no que se gera gás metano), o 37,9% correspondem aos solos agrícolas (cultivar e lavrar a terra), 15,3% correspondem à gestão de adubos, e o 3,7% ocasionadas pelo resto de atividades.
Em avanço para o ano 2015 a distribuição de emissões de GEE no Estado espanhol foi a seguinte:
- 77,6% procederam do dióxido de carbono CO2
- 12,7% corresponderam ao metano CH4
- a seguinte fonte em importância correspondia ao oxido de nitrogênio N2O
Por setores a porcentagem de participação, em avance para o ano 2015, tinha a seguinte distribuição:
- 26,0% Indústrias energéticas
- 24,3% Transporte
- 12,1% Indústrias manufatureiras e da construção
- 10,8% Agricultura
No Estado espanhol, neste mesmo período de tempo, os GEE gerados pela atividade agropecuária diminuíram num 9,9%, porém os emitido pelas indústrias energéticas acrescentaram em 17,6%.
Galiza representa o 8,24% das emissões totais do Estado espanhol de CO2, ano 2014, tendo diminuído as suas emissões entre 1990 e 2001 em 4,1%, e entre 2013 e 2014 a diminuição foi de 1,9%.
Depois de toda esta sopa de datas e porcentagens, e tomando como referência a Europa 33, podemos tirar as seguintes conclusões. A maioria dos GEE são ocasionados pelas atividades energéticas e industriais, numa porcentagem de 84%, sendo a participação ligada com a agricultura e a pecuária de 9,9%.
A maior porcentagem de GEE emitidos pelas atividades agropecuárias tem a sua origem na fermentação entérica, que não deixa de ser um processo biológico, já que a produção de metano pelos ruminantes deriva-se de maneira natural no processo digestivo destes, sendo o metano um dos produtos finais da fermentação que sofrem os alimentos no rumem; em todo caso a responsabilidade humana deriva-se da exploração massiva e intensiva do gado bovino, assim como do movimento de insumos ligados com a agricultura e a pecuária.
Como consequência desta evidência, nos últimos anos as investigações têm-se centrado em procurar as estratégias mais adequadas para reduzir as suas emissões, já que a produção de metano está influenciada por fatores como o consumo de alimentos, a digestibilidade dos mesmos, a composição da ração, e mesmo a frequência com que se lhe proporcionam os alimentos. As linhas de trabalho seguidas estão encaminhadas cara a melhora da dieta destes animais, como pode ser o uso de forragens de alta qualidade, ou mediante a suplementação das dietas com mais porcentagem de palha, por só citar algumas, mas também se têm feito propostas no sentido de reduzir o número de animais ruminantes.
Fica claro que há uma relação direta entre o censo de bovinos e a emissão de metano. Vejamos então a sua evolução a nível da Galiza.
Galiza contava em 2002 com 939.848 cabeças e em 2017 eram 960.413, apenas umas 20.565 cabeças mais. Destes dados podemos deduzir que a influenza do censo de gado bovino no incremento de emissões de GEE, como consequência da fermentação entérica, resulta pouco considerável já que a presença deste tipo de animais na Galiza apenas tem sofrido mudanças relevantes, movendo-se ao longo dos últimos trinta anos ao redor das novecentas mil cabeças, algo ao que fazia referência o famoso título do livro de Manuel Rivas “Um milhão de vacas”.
O segundo fator que mais influi na emissão de GEE, por parte da atividade agropecuária, tem a ver com o cultivo da terra, para o que se tem de conta o que se denomina superfície agrária utilizada (SAU), entendendo por tal a terra que se lavra, a dedicada a pastagens permanentes e a superfície ocupada por cultivos permanente como podem ser o vinhedo ou frutais.
Galiza conta com uma escassa SAU e em constante diminuição. Entre 2007 e 2017 a SAU da Galiza diminui em 40.000 hectares, e de nos fixar na superfície forrageira a diminuição foi de 12.500 hectares, e este dado ainda tem mais importância já que este tipo de cultivos requer uma remoção importante das capas superficiais para a sua implantação, causa fundamental da emissão de GEE.
Pela contra poderíamos ver como algo positivo, de cara a absorção de CO2, o aumento em 46.000 hectares da superfície florestal registrado na Galiza neste mesmo período de tempo; mas, olho, este aumento faz-se a costa da superfície que as explorações agropecuárias necessitam para diminuir os seus custes de produção, num contexto de preços baixos, para o sector produtor, e maioritariamente faz-se com a espécie eucalipto. Uma espécie de crescimento rápido que contribui ao empobrecimento dos solos e a diminuição da biodiversidade, que nem tão sequer favorece a fixação de carbono neto, sobre tudo quando esta pensado o seu aproveitamento em ciclos curtos para queimar em plantas industriais de biomassa.
Por outra parte, acho que há uma relação bastante evidente entre a diminuição dos custes de produção das explorações e a redução de emissão de GEE, sobre tudo nos sectores produtivos mais intensivos, como pode ser o lácteo.
O modelo de sector lácteo fortemente intensivista, caminho promovido pelas políticas agrárias do PP, vê-se obrigado a importar grande número de insumos tais como matérias-primas para a alimentação do gado (por exemplo, soja procedente da Argentina ou dos EUA), de sêmen do Canadá e dos EUA, sementes e fitossanitários da França ou România, ou vacas de Holanda, por citar somente algum dos elementos que se importam. Esta situação tem duas grandes implicações; por uma parte mostra uma grande dependência do exterior, e por outra contribui à emissão de GEE como consequência do transporte desses insumos desde os países de origem, na medida em que os transportes são a segunda atividade que mais GEE emite.
Sendo óbvia a contribuição da atividade agropecuária no aquecimento global do clima terráqueo, acho fora de lugar centrar a maior a responsabilidade do mesmo sobre o sector pecuário e em concreto sobre os bovídeos como espécie, obviando o sistema de manejo, quando o metano gerado pela fermentação entérica não representa mais que o 10,2% do total das emissões de CO2 equivalente da Europa no 2014, motivo pelo que não sei a que interesses responde a campanha que existe contra esta espécie, obviando o sistema de manejo, fazendo-a aparecer como a responsável, quase em exclusiva, desta ameaça, já real, que é o câmbio climático.
Em tudo caso de nos fixar num estado como o de Irlanda onde a atividade pecuária, principalmente em regime extensivo, tem uma grande importância na economia deste país, e com um censo de bovídeos de 6.245.000 cabeças, superior em 200,000 ao censo de todo o Estado espanhol, podemos comprovar que a sua contribuição na emissão de GEE, no contexto da Europa 33, não é especialmente relevante, ocupando o posto 16 com 60,5 milhões de toneladas de CO2 no ano 2014, exatamente na metade do ranking, que encabeça Alemanha com 925 milhões de toneladas.
Sendo consciente da complexidade e das distintas arestas que este assunto tem, ficam muitos assuntos por tratar, tais como a relação direta que existe entre aumento da povoação mundial, fome, produção de alimentos (como, de que maneira e que tipo de alimentos), e emissão de GEE.
E para finalizar, de momento, quero deixar no ar a seguinte reflexão a jeito de pergunta, à hora de determinar a responsabilidade que cada um dos setores têm e que cada um/a de nós temos; tem o mesmo valor o CO2 gerado ao produzir um bem de luxo ou uma viagem de avião para lazer, que o ocasionado para a produção de alimentos, e é igual produzir alimentos usando os métodos intensivistas que usando métodos mais tradicionais e respeitosos com o meio ambiente, ou, mesmamente, podem-se usar os mesmos parâmetros para medir os GEE gerados, por exemplo, pelas pessoas que usam lenha para o seu fogão, quando somente existe este tipo de combustível?
- o dióxido de carbono (ou CO2), liberado na atmosfera pelo uso de qualquer combustível fóssil (petróleo, carvão etc.), ou durante queimadas da floresta;
- o metano (ou CH4) gerado, por exemplo, no aparato digestivo de animais de gado ou em grandes arrozais;
- e o óxido nitroso (ou N2O ou gás hilariante), que pode ser liberado por atividades agropecuárias, tais como o uso de fertilizantes.
Segundo os dados extraídos do informe de situação das emissões de CO2 no mundo para o ano 2015, da Fundação Empresa e Clima, tomando como referência o ano 1990 e até 2014, no mundo acrescentaram-se as emissões de CO2 em 57,9%. Em 1990 as emissões totais foram 20.503 milhões de toneladas, sendo em 2014 de 32.381 milhões de toneladas. O grande incremento produz-se a partir do ano 2010, que é o momento no que se superam os 30.000 milhões de toneladas e de aí em diante não para de medrar.
Entre a China, os EUA e a Índia, no ano 2014, achegaram mais de 50% de todas as emissões mundiais, mas no caso de se ter de conta a povoação comprova-se que o estado que mais emissões provoca é Catar, os EUA eram décimos, em tanto a Federação Russa ocupava o posto vigésimo, e a República China, com 6,66 toneladas por pessoa, estava no 39. Neste ano de 2014, a Índia figurava no posto 101. A meia mundial situava-se em 4,47 t/pessoa/ano. Os dez primeiros emissores, tendo de conta a povoação, eram ocupados por países do Golfo Pérsico a exceção de Luxemburgo que ostentava o sétimo e Gibraltar o noveno.
Segundo este informe na Europa (33 países), da que se excluiu à Federação Russa, Ucrânia e Bielorrússia, no ano 2014 o estado com mais emissões fora Alemanha, seguido do Reino Unido, Turquia, França e Itália. De tomar como referência as emissões per capita, os três estados mais emissores foram Luxemburgo, Estônia, e Islândia. A meia de Europa estava situada nas 8,73 t/pessoa/ano.
Do total de emissões de GEE, na Europa em 2014, o 81,5% provêm diretamente do dióxido de carbono (CO2) e o 10,2% do CO2 equivalente é atribuído às emissões de metano (CH4).
A geração de energia achega o 28,2% das emissões totais e o transporte rodado o 19,1%. Estes dois setores, junto com as indústrias manufatureiras e da construção e outros setores estão incluídos no setor energético que conjuntamente vêm supor o 75,2% do total de emissões de GEE, o seguinte setor que mais contribui é o da agricultura com o 9,9%.
Do total das emissões ocasionadas pela atividade agropecuária na Europa (9,9%), o 43,1% são devidas à fermentação entérica (ocasionas no processo digestivo dos ruminantes, processo no que se gera gás metano), o 37,9% correspondem aos solos agrícolas (cultivar e lavrar a terra), 15,3% correspondem à gestão de adubos, e o 3,7% ocasionadas pelo resto de atividades.
Em avanço para o ano 2015 a distribuição de emissões de GEE no Estado espanhol foi a seguinte:
- 77,6% procederam do dióxido de carbono CO2
- 12,7% corresponderam ao metano CH4
- a seguinte fonte em importância correspondia ao oxido de nitrogênio N2O
Por setores a porcentagem de participação, em avance para o ano 2015, tinha a seguinte distribuição:
- 26,0% Indústrias energéticas
- 24,3% Transporte
- 12,1% Indústrias manufatureiras e da construção
- 10,8% Agricultura
No Estado espanhol, neste mesmo período de tempo, os GEE gerados pela atividade agropecuária diminuíram num 9,9%, porém os emitido pelas indústrias energéticas acrescentaram em 17,6%.
Galiza representa o 8,24% das emissões totais do Estado espanhol de CO2, ano 2014, tendo diminuído as suas emissões entre 1990 e 2001 em 4,1%, e entre 2013 e 2014 a diminuição foi de 1,9%.
Depois de toda esta sopa de datas e porcentagens, e tomando como referência a Europa 33, podemos tirar as seguintes conclusões. A maioria dos GEE são ocasionados pelas atividades energéticas e industriais, numa porcentagem de 84%, sendo a participação ligada com a agricultura e a pecuária de 9,9%.
A maior porcentagem de GEE emitidos pelas atividades agropecuárias tem a sua origem na fermentação entérica, que não deixa de ser um processo biológico, já que a produção de metano pelos ruminantes deriva-se de maneira natural no processo digestivo destes, sendo o metano um dos produtos finais da fermentação que sofrem os alimentos no rumem; em todo caso a responsabilidade humana deriva-se da exploração massiva e intensiva do gado bovino, assim como do movimento de insumos ligados com a agricultura e a pecuária.
Como consequência desta evidência, nos últimos anos as investigações têm-se centrado em procurar as estratégias mais adequadas para reduzir as suas emissões, já que a produção de metano está influenciada por fatores como o consumo de alimentos, a digestibilidade dos mesmos, a composição da ração, e mesmo a frequência com que se lhe proporcionam os alimentos. As linhas de trabalho seguidas estão encaminhadas cara a melhora da dieta destes animais, como pode ser o uso de forragens de alta qualidade, ou mediante a suplementação das dietas com mais porcentagem de palha, por só citar algumas, mas também se têm feito propostas no sentido de reduzir o número de animais ruminantes.
Fica claro que há uma relação direta entre o censo de bovinos e a emissão de metano. Vejamos então a sua evolução a nível da Galiza.
Galiza contava em 2002 com 939.848 cabeças e em 2017 eram 960.413, apenas umas 20.565 cabeças mais. Destes dados podemos deduzir que a influenza do censo de gado bovino no incremento de emissões de GEE, como consequência da fermentação entérica, resulta pouco considerável já que a presença deste tipo de animais na Galiza apenas tem sofrido mudanças relevantes, movendo-se ao longo dos últimos trinta anos ao redor das novecentas mil cabeças, algo ao que fazia referência o famoso título do livro de Manuel Rivas “Um milhão de vacas”.
O segundo fator que mais influi na emissão de GEE, por parte da atividade agropecuária, tem a ver com o cultivo da terra, para o que se tem de conta o que se denomina superfície agrária utilizada (SAU), entendendo por tal a terra que se lavra, a dedicada a pastagens permanentes e a superfície ocupada por cultivos permanente como podem ser o vinhedo ou frutais.
Galiza conta com uma escassa SAU e em constante diminuição. Entre 2007 e 2017 a SAU da Galiza diminui em 40.000 hectares, e de nos fixar na superfície forrageira a diminuição foi de 12.500 hectares, e este dado ainda tem mais importância já que este tipo de cultivos requer uma remoção importante das capas superficiais para a sua implantação, causa fundamental da emissão de GEE.
Pela contra poderíamos ver como algo positivo, de cara a absorção de CO2, o aumento em 46.000 hectares da superfície florestal registrado na Galiza neste mesmo período de tempo; mas, olho, este aumento faz-se a costa da superfície que as explorações agropecuárias necessitam para diminuir os seus custes de produção, num contexto de preços baixos, para o sector produtor, e maioritariamente faz-se com a espécie eucalipto. Uma espécie de crescimento rápido que contribui ao empobrecimento dos solos e a diminuição da biodiversidade, que nem tão sequer favorece a fixação de carbono neto, sobre tudo quando esta pensado o seu aproveitamento em ciclos curtos para queimar em plantas industriais de biomassa.
Por outra parte, acho que há uma relação bastante evidente entre a diminuição dos custes de produção das explorações e a redução de emissão de GEE, sobre tudo nos sectores produtivos mais intensivos, como pode ser o lácteo.
O modelo de sector lácteo fortemente intensivista, caminho promovido pelas políticas agrárias do PP, vê-se obrigado a importar grande número de insumos tais como matérias-primas para a alimentação do gado (por exemplo, soja procedente da Argentina ou dos EUA), de sêmen do Canadá e dos EUA, sementes e fitossanitários da França ou România, ou vacas de Holanda, por citar somente algum dos elementos que se importam. Esta situação tem duas grandes implicações; por uma parte mostra uma grande dependência do exterior, e por outra contribui à emissão de GEE como consequência do transporte desses insumos desde os países de origem, na medida em que os transportes são a segunda atividade que mais GEE emite.
Sendo óbvia a contribuição da atividade agropecuária no aquecimento global do clima terráqueo, acho fora de lugar centrar a maior a responsabilidade do mesmo sobre o sector pecuário e em concreto sobre os bovídeos como espécie, obviando o sistema de manejo, quando o metano gerado pela fermentação entérica não representa mais que o 10,2% do total das emissões de CO2 equivalente da Europa no 2014, motivo pelo que não sei a que interesses responde a campanha que existe contra esta espécie, obviando o sistema de manejo, fazendo-a aparecer como a responsável, quase em exclusiva, desta ameaça, já real, que é o câmbio climático.
Em tudo caso de nos fixar num estado como o de Irlanda onde a atividade pecuária, principalmente em regime extensivo, tem uma grande importância na economia deste país, e com um censo de bovídeos de 6.245.000 cabeças, superior em 200,000 ao censo de todo o Estado espanhol, podemos comprovar que a sua contribuição na emissão de GEE, no contexto da Europa 33, não é especialmente relevante, ocupando o posto 16 com 60,5 milhões de toneladas de CO2 no ano 2014, exatamente na metade do ranking, que encabeça Alemanha com 925 milhões de toneladas.
Sendo consciente da complexidade e das distintas arestas que este assunto tem, ficam muitos assuntos por tratar, tais como a relação direta que existe entre aumento da povoação mundial, fome, produção de alimentos (como, de que maneira e que tipo de alimentos), e emissão de GEE.
E para finalizar, de momento, quero deixar no ar a seguinte reflexão a jeito de pergunta, à hora de determinar a responsabilidade que cada um dos setores têm e que cada um/a de nós temos; tem o mesmo valor o CO2 gerado ao produzir um bem de luxo ou uma viagem de avião para lazer, que o ocasionado para a produção de alimentos, e é igual produzir alimentos usando os métodos intensivistas que usando métodos mais tradicionais e respeitosos com o meio ambiente, ou, mesmamente, podem-se usar os mesmos parâmetros para medir os GEE gerados, por exemplo, pelas pessoas que usam lenha para o seu fogão, quando somente existe este tipo de combustível?