Argélia enfrenta grandes desafios
Os protestos das últimas semanas na Argélia justificam ser acompanhados com atenção. Dirigentes da FLN identificam neles uma manipulação oriunda do exterior do país. Mas não podem realizar-se movimentações de massas sem razões concretas e até legítimas. Se o balanço das “primaveras árabes” é o que se sabe, isso não resulta tanto dos objectivos que declaravam mas da incapacidade de organizar a sua defesa e concretização. Resta saber se forças como a FLN, que dirigiu a luta pela independência, têm condições para assumir essa responsabilidade.
A Argélia tem sido palco, nas últimas duas semanas, de protestos pacíficos contra a candidatura do actual presidente, Abdelaziz Bouteflika, a um novo mandato, o quinto.
Um dirigente da Frente de Libertação Nacional (FLN), o partido que dirigiu a luta independentista e que, com outras forças políticas, integra a aliança presidencial, Walid ben Qarun, explica que as manifestações provam que a Argélia é um país democrático, onde os cidadãos são livres de expressar as suas posições políticas.
Considera, no entanto, que estes protestos não são promovidos por nenhuma força política argelina, tratando-se antes de ataques manipulados do exterior. «É uma guerra de quinta geração. Forças estrangeiras atacam o país com a ajuda dos meios de comunicação e das redes sociais», declarou à agência Sputnik.
Em comunicado, Bouteflika, de 81 anos, confirmou a candidatura, apesar dos problemas de saúde que enfrenta desde 2013. O chefe da sua campanha eleitoral, Adelghani Zaalane, membro do governo de Argel, justificou a ausência do presidente esclarecendo que se encontra num hospital na Suíça, em «exames médicos de rotina».
Nas eleições de 18 de Abril, há mais seis candidatos presidenciais, tendo outros dois opositores, um do Conselho Consultivo do Movimento da Sociedade pela Paz e outro do Partido dos Trabalhadores, justificado que se retiram da corrida por discordarem da participação do chefe do Estado.
Numa carta aberta ao povo argelino, Bouteflika compromete-se, caso vença, a assumir a responsabilidade histórica de concretizar profundas transformações no sistema político argelino.
Nesse sentido, apresenta propostas importantes, a começar pela realização de uma conferência nacional «inclusiva e independente» para discutir, elaborar e adoptar reformas políticas.
Propõe a elaboração e aprovação de uma nova Constituição, através de um referendo, para o nascimento de uma nova República e de um novo sistema político.
Assegura uma melhor redistribuição da riqueza nacional e a eliminação da marginalização e exclusão sociais mediante a aplicação de políticas públicas. Garante também enfrentar todas as formas de corrupção.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2362, 7.03.2019
Tambén pode atoparse en ODiario.info
A Argélia tem sido palco, nas últimas duas semanas, de protestos pacíficos contra a candidatura do actual presidente, Abdelaziz Bouteflika, a um novo mandato, o quinto.
Um dirigente da Frente de Libertação Nacional (FLN), o partido que dirigiu a luta independentista e que, com outras forças políticas, integra a aliança presidencial, Walid ben Qarun, explica que as manifestações provam que a Argélia é um país democrático, onde os cidadãos são livres de expressar as suas posições políticas.
Considera, no entanto, que estes protestos não são promovidos por nenhuma força política argelina, tratando-se antes de ataques manipulados do exterior. «É uma guerra de quinta geração. Forças estrangeiras atacam o país com a ajuda dos meios de comunicação e das redes sociais», declarou à agência Sputnik.
Em comunicado, Bouteflika, de 81 anos, confirmou a candidatura, apesar dos problemas de saúde que enfrenta desde 2013. O chefe da sua campanha eleitoral, Adelghani Zaalane, membro do governo de Argel, justificou a ausência do presidente esclarecendo que se encontra num hospital na Suíça, em «exames médicos de rotina».
Nas eleições de 18 de Abril, há mais seis candidatos presidenciais, tendo outros dois opositores, um do Conselho Consultivo do Movimento da Sociedade pela Paz e outro do Partido dos Trabalhadores, justificado que se retiram da corrida por discordarem da participação do chefe do Estado.
Numa carta aberta ao povo argelino, Bouteflika compromete-se, caso vença, a assumir a responsabilidade histórica de concretizar profundas transformações no sistema político argelino.
Nesse sentido, apresenta propostas importantes, a começar pela realização de uma conferência nacional «inclusiva e independente» para discutir, elaborar e adoptar reformas políticas.
Propõe a elaboração e aprovação de uma nova Constituição, através de um referendo, para o nascimento de uma nova República e de um novo sistema político.
Assegura uma melhor redistribuição da riqueza nacional e a eliminação da marginalização e exclusão sociais mediante a aplicação de políticas públicas. Garante também enfrentar todas as formas de corrupção.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2362, 7.03.2019
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