Altice, o escândalo monopolista
Está decidida, por 440 milhões, a operação da Altice - multinacional vinda de França, USA, Israel -, que já controla a Portugal Telecom, TDT (Televisão Digital Terrestre), MEO e SAPO, de compra à PRISA - multinacional de Espanha, USA, Colômbia - da Media Capital, dona da TVI, IOL, Plural, Radio Comercial. É uma enormíssima concentração em cascata, um monopólio de novo tipo, que integra telecomunicações em todas as plataformas, «rede de serviço público» de sinal de televisão, rede de cabo, canais de televisão em sinal aberto e por cabo, portal de internet, produção de conteúdos e canais de rádio.
É um conglomerado de poder económico-mediático, um oligopólio sem precedentes nesta área, um assalto à tutela de uma fileira estratégica, com largas implicações no plano económico (incluindo o banco previsto), social (com 3000 despedimentos a avançar na PT e o que aí vem), cultural (com os enlatados e o domínio de conteúdos) e político (com o controlo da informação e agenda política), que põe em causa interesses fundamentais do País e confronta comandos constitucionais de «não concentração da titularidade da comunicação social» e de «contrariar formas de organização monopolista e reprimir abusos de posição dominante».
Este escândalo monopolista culmina o processo de privatização da PT e de domínio pelo capital financeiro nestes sectores, nos governos PSD, PS e PSD/CDS, mas tem o mérito de tornar claro que não é conciliável - como quer o PS – a defesa e conquista de direitos e o progresso do País, com os constrangimentos e o domínio monopolista dos sectores estratégicos.
O PSD e o CDS estão ao serviço da Altice e o PS está comprometido, embora desconfortável. Mas o que importa aos interesses do povo e da Pátria é travar e reverter este assalto. Como disse o Secretário Geral do Partido - «ou se age para impedir a alienação ... ou se é conivente ... Não há desculpas ... Basta de chantagem e ataque ao País». É urgente a ruptura com a política de direita e uma política patriótica e de esquerda.
[Artigo publicado en Avante!]