A ofensiva contra o povo em Portugal

A ofensiva contra o povo em Portugal

O Banco de Portugal vem de corrigir à baixa as suas previsons sobre a evoluçom da economia portuguesa em 2013, de prever umha queda de 1’6% a umha reduçom de 1’9%. Esta evoluçom do PIB explicaria-se pola contracçom dos investimentos, do consumo privado e também do consumo público. A política de reduçom das despesas públicas marcam estas negativas perspectivas económicas tal e como reconhece o próprio Banco de Portugal.

Um recente informe assinado polo economista chefe do FMI reconhece que este organismo nom avaliou correctamente o negativo impacto das políticas que se estám impondo na UE, mais concretamente no que se refere à reduçom da procura interna com a conseguinte queda do PIB e ao incremento do desemprego. Impúdico informe o do FMI que nom dúvida em reconhecer o negativo impacto destas políticas ao mesmo tempo que as segue impondo como parte integrante da Troika junto à Comissom Europeia e o Banco Central Europeu. Som medidas conhecidas para todas/os nós: reduçom das despesas sociais, privatizaçons, repagamentos sanitários, reduçom de salários, incremento dos impostos indirectos, desmontagem do sistema público de pensons, reformas laborais que precarizam o emprego, generosas ajudas à banca, etc. Políticas que fracassam à hora de impulsar a recuperaçom económica mas que nom se modificam porque em realidade o seu principal objetivo nom é esse. O seu principal objetivo é aumentar a taxa de exploraçom e favorecer ao capital.

Umha ofensiva que nom cesa, o capital é insaciável, o próprio FMI vem de publicar um relatório no que avalia novas possibilidades para recortar as despesas públicas em Portugal. Umhas propostas que se centram em três âmbitos: reformas nas pensons, emprego e salários na funçom pública. Noutras palavras reduçom das pensons, despidos (cita explicitamente o professorado) ou reduçom dos salários dos empregados públicos. A isto acrescenta a reduçom de certas despesas sociais (desemprego, auxílio às famílias,etc.). Polo lado dos ingressos refere-se ao que denomina o maior reembolso de custos na saúde e na educaçom, é dizer, avançar ainda mais no repagamento.

Portugal exemplica perfectamente para onde conduzem essas políticas. Entre o terceiro trimestre de 2008 e o mesmo período de 2012 o desemprego duplicou-se, mais de 400 mil novos desempregos num país com umha populaçom activa de apenas 5 milhons e médios de pessoas. Os subsídios de desemprego nom alcançam à metade das/os desempregadas/os oficiais. Segundo a CGTP o desemprego real, somando categorias nom contabilizadas como desemprego, é de mais de um 1’3 milhons de pessoas. Nos últimos dois anos 200 mil pessoas emigrárom. Arredor dum terço das/os trabalhadoras/es recebem menos de 600€ líquidos ao mês, mais de 150 mil nom alcançam os 310€. Aumentam as situaçons de fome e o número de crianças com carências alimentares detectadas nas escolas causa alarma social. O governo nega-se a subir o salário mínimo estabelecido em 485€ brutos, pouco mais de 430€ em termos líquidos, um valor situado por baixo do limiar da pobreza. Sobem os preços e reduzem-se as receitas das camadas populares, a maioria empobrece-se. Mais de dous milhons e médios de pessoas em risco de pobreza ou exclusom social segundo os dados de Eurostat.

No entanto segundo a previsom do INE português o excedente bruto de exploraçom (lucros) em 2011 seria superior em termos correntes ao de 2008 enquanto a massa salarial se reduziu. Nos três primeiros trimestres de 2012 a massa salarial foi mais de 3.000 milhons de euros inferior à do mesmo período de 2008 enquanto os lucros subiam mais de 1.000 milhons de euros. Ao igual que na Galiza as políticas que se aplicam, lesivas para o povo, estám sendo exitosas desde o ponto de vista do grande capital.