À espera

«Novo Banco: Governo aguarda decisão final de Bruxelas “em breve”» – é o título de uma notícia da Lusa e refere-se ao facto de o Governo português aguardar resposta da Comissão Europeia sobre a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.
Neste pequeno espaço não repetiremos hoje as fortíssimas razões pelas quais o PCP se opõe a esta opção do Governo PS, que em vez de manter o Novo Banco na esfera pública e de o colocar ao serviço do povo e do País, opta por o entregar de bandeja ao grande capital estrangeiro, quando já nem sequer são precisas mais provas de quão desastrosa consegue ser a gestão privada dos bancos.
Este pequeno texto pretende apenas registar, denunciar, indignar-se, com o facto de o Governo de Portugal estar «à espera» do aval da Direcção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu sobre uma decisão tomada sobre um banco nacional. Este «procedimento» – chamemos-lhe assim – decorre da entrada em vigor da União Bancária, aprovada e defendida por PS, PSD e CDS, com tudo o que acarreta de transferência de parcelas da soberania nacional.
Trata-se de um exemplo limpidamente triste do ponto de subserviência a que chegámos: o Governo de um país soberano fica «à espera» de uma decisão dos corredores da Comissão Europeia – devidamente articulada e ao serviço dos grandes grupos económicos e financeiros – sobre um assunto de vital importância para o País.
Como o PCP tem afirmado, a banca ou é pública ou não é nacional. A banca é um instrumento decisivo para o desenvolvimento soberano do País. Abdicar dele é um caminho absolutamente contrário aos interesses do povo e do País.
[Artigo publicado en Avante!]