Por um âmbito galego de negociações para o nosso leite

Por um âmbito galego de negociações para o nosso leite
O primeiro que temos de ter bem presente é que Galiza é a primeira potência produtora de leite a nível Estatal, producimos perto do 35% de todo o leite e temos mais do 50% das explorações produtoras

O primeiro que temos de ter bem presente é que Galiza é a primeira potência produtora de leite a nível Estatal, producimos perto do 35% de todo o leite e temos mais do 50% das explorações produtoras desse mesmo Estado.

O futuro do sector vem determinado pelas negociações que estam tendo lugar em Madrid no seio da Inter-profisional Leiteira Española (INLAC) como consequência das recomendacións emanadas do Grupo de expertos de Alto Nivel (GAN) constituido na União Europeia.

Sabendo o que se coze nestas duas instancias poderemo-nos fazer uma ideia de onde e quem dicide o futuro do nosso leite.

Fica claro que o futuro do nosso leite se decide en Madrid e en Bruxelas, mas não sempre foi totalmente assim, porque quando o BNG geriu a política agro-gadeira e florestal da Galiza fizeram-se esforços para que Galiza tivera algo a dizer sobre este assunto, conseguiu-se dar-lhe carta de natureza à Mesa do Leite da Galiza, forzou-se a assinatura do Contrato Homologado da Galiza, constitui-se o Observatório Lácteo Galego e a Comissão de Seguimento do Contrato Homologado e propiciou-se o acordo que visava implementar o modelo de factura única com o objectivo de facilitar a transparència nas relações entre as empresas recolhedoras e as explorações leiteiras. Tudo isto ruiu quando entrou a governar o PP; agora a Mesa do Leite não funciona, o Observatório está paralisado e não cumple o fim para o que foi creado, que não era outro que ajudar a determinar os indíces que tinham de servir para estabelecer o preço do leite, o contrato está inoperante e o modelo único de factura passou a melhor vida, e para rematar os preços do leite agora são mais baixos que quando o BNG estava na Conselleria..

Agora o Contrato Homologado da Galiza vai ser sustituido por um contrato negociado em Madrid, de costas aos intereses das explorações galegas, contando coa bênção do PP e do PSOE, porque tanto a um como o outro lhe interessa esta situação, ao PP porque deste jeito elude todo tipo de responsabilidade com este sector tam conflictivo e ao PSOE porque volta a recentralizar as competências sobre a política agrária em Madrid, tirandolhas neste casso a Galiza, coincidindo o PP com esta vissão centralista e espanholista das relações com as nações que fazemos parte do Estado Espanhol, e o mais preocupante desta situação é que as organizações profissionais agrárias e a associação de cooperativas partilham esta estratégia.

A desculpa que se usa para acometer este ataque contra o sector lacteo galego vem dada pelas recomendações do chamado Grupo de Expertos de Alto Nivel (GAN) da União Europeia que propõe o estabelecimento de relações contratuais, assim como a constituição de organizações de produtores encarregadas de negociar os contratos com a indústria.

Estas recomendações estam sendo empregadas pelos poderes recentralizadores para impor um âmbito espanhol de negociações propiciando a constituição de organizações de produtores de leite que abarquem explorações de todo o territorio do Estado, ainda que no rascunho do projecto de Real Decreto que da corpo a este tipo de organizações não se diz explícitamente que este tenha de ser o caminho, o certo é que as organizações agrárias estam transmitindo esta vissão nas reuniões que estam a fazer. De tal jeito que de seguir este caminho o preço do leite galego será negociado em Madrid e por pessoas alheas ao sector leiteiro galego.

Para concluir, em definitiva;

Quem está a dicidir o futuro do nosso leite?.

Por um lado, organizações vendidas aos interesses alheos a Galiza, e por outro expertos europeios que o único que querem é beneficiar aos mercados especulativos do grande capital e prejudicar às explorações quen se dedicam a produzir o leite.

Onde se dicide esse futuro?.

Longe da nossa terra, longe da Galiza. Quanto mais longe esteja o centro de decisão menos possibilidade teremos de incidir sobre ele. Nestes momento as negociações estam-se a celebrar en Madrid, quando sobre o leite galego quenes temos de decidir somos os galegos e galegas que para isso somos a primeira potência produtora do Estado Español.

O nacionalismo perante desta situação tem a obriga de reclamar e pular por um âmbito galego de negociação para o nosso leite.