O PSOE defende reduzir os salários

O PSOE defende reduzir os salários
A moderna socialdemocracia nom tem em conta as teorias de boa parte dos economistas keynesianos

Primeiro foi Alfredo Pérez Rubalcaba que propujo um acordo de moderaçom de rendimentos (salários e lucros) para melhorar a produtividade e criar emprego. Pondo de parte a inconsistência da proposta o próprio candidato reveleu que o seu objectivo real nom som os lucros mas os salários, acrescentando que este acordo suporia a revisom do Acordo Interconfederal sobre a Negociaçom Colectiva que prevé incrementos salariais de 1-2% em 2011 e 1,5-2,5% em 2012. Nom quijo detalhar o sentido da revisom para nom explicitar que seria à baixa.

Nom demorou o portavoz do governo José Blanco em subscrever a proposta afirmando que é necessário moderar os salários. Pouco depois sumou-se a vice-presidenta económica do governo propondo estender ao sector público a proposta de Rubalcaba, noutras palavras, recortar novamente os salários no sector público.

Nom tardou o PSOE de Rubalcaba em esquecer o suposto giro à esquerda para mostrar publicamente a sua intençom de aprofundar nas políticas regressivas do PSOE de Zapatero. Pouco lhe importa que umha das causas da actual crise fosse precisamente a reduçom da parte salarial do produto tanto nos EUA como na UE. Também no EE houvo umha notável reduçom da percentagem que representam os salários no produto. Ao contrário pretende-se aproveitar o comoçom causada pola crise para adoptar novas medidas que acentuam as desigualdades reforçando ao capital, terapia de shock. Embora se apresente como umha medida "solidária" para criar emprego, ao igual que a reforma laboral aprovada anteriormente, em realidade trata-se de reforçar os lucros e o poder do capital, essa é a política do PSOE.

As declaraçons de Rubalcaba exponhem publicamente que tal e como advertiu o nacionalismo galego  o processo de construçom da uniom económica e monetária converteu aos salários na variável de ajuste para manter-se na uniom monetária. É chamativo que quando este enunciado se torna máis palpável comecem a xurdir vozes no próprio nacionalismo na defesa do euro.

Enquanto Inglaterra arde e boa parte dos analistas relacionam a revolta com o contexto socio-económico originado por décadas de políticas liberais, do Partido Conservador mas também do Partido Laborista no governo desde 1997 até 2010, o PSOE de Rubalcaba assume as propostas neoliberais para sair da crise. Esquece que a reduçom dos salários contrai a procura e frea o crescimento económico. O INE vem de publicar o avance nos dados das macromagnitudes que mostram umha ralentizaçom do crescimento no segundo trimestre de 2011, tímido crescimento que se debe à procura externa (exportaçons) que compensa a contribuiçom negativa da procura estatal (consumo dos fogares, consumo das administraçons,...). A moderna socialdemocracia nom tem em conta as teorias de boa parte dos economistas keynesianos, nom só no que di ao respeito do défice público mas também quando defendem que umha distribuiçom do rendimento mais favorável aos salários favoreceria o crescimento e o emprego. Talvez, na linha do comentado ironicamente por Krugman, haja que esperar umha invasom alienígena para sair da crise.