O PP elimina as axudas á agro-gadería sustentável

O PP elimina as axudas á agro-gadería sustentável
Para o PP, o futuro é a nada absoluta, o deserto

Coincidindo com a celebração das VI Jornadas Agrárias Galegas que tiveram lugar entre os dias 17 e 18 de Dezembro, em Melide, conheceu-se a notícia de que a Conselharia do Meio Rural da Junta da Galiza decidiu suprimir, a partir do ano que vem, a ajuda para as explorações agro-gadeiras galegas, conhecida como Contrato de Exploração Sustentável (CES).

Esta linha de ajuda implantada no ano 2008 pela conselharia nacionalista possuía duas peculiaridades que a faziam singular; em primeiro lugar era uma linha de ajuda específicamente galega já que no momento da sua implementação não havia outras ajudas no territorio do Estado Español de características parecidas; em segundo lugar, esta ajuda fazia parte de um conjunto de medidas postas em prática por esta conselharia, todas elas baixo o denominador comum  de pôr em valor as capacidades produtivas do agro galego até daquela desaproveitadas. Nestes pacote encontrava-se ademais do CES a posta em funcionamento do Banco de Terras (BANTEGAL) ou as Unidades de Gestão Florestal (UGFOR).

A maioria dos estudos feitos sobre o agro galego, e nesto tem muito a ver a tradição implantada pelas Jornadas Agrarias Galegas que estrearam o seu caminho alá pelo ano 1979, sempre fizeram finca-pé em que uma das eivas da agricultura galega estava ligada ao baixo aproveitamento da superfície agrária útil, conhecida técnicamente como SAU, e a consequência deste baixo aproveitamento era que tinhamos umas explorações muito depedentes da compra de alimentos de fora, o que as tornava muito frágeis perante das flutuações que venham a sufir as matérias primas a partir das que se elaboram as rações alimentares do gado.

Para tratar de conseguir rachar com esta dinâmica puseram-se em prática uma série de medidas, às que já se fez referência anteriormente, todas elas ligadas entre sim.

A equipa de demolição do PP da Junta da Galiza, vem agora de se ocupar de suprimir a ajuda CES, antes foi o BANTEGAL e as UGFOR  a meio da Lei de acompanhamento dos Orçamentos Gerais da Galiza, e a passada sexta-feira, numa reunião com as entidades que se encarregam de fazer o aconselhamento às explorações agro-gadeiras, se lhes comunicou que a partires do ano 2011 não se vam poder solicitar ajudas novas acolhidas a esta modalidade.

O que as ajudas CES pretendiam era fomentar um modelo de exploração menos dependente da compra de insumos do exterior e pelo tanto promover um uso maior e mais racional dos recursos próprios. Estas ajudas iam destinadas a todo tipo de explorações, indepedentemente da sua orientação produtiva, mas a experiência dos anos que estiveram em vigor foi que a maioria das explorações que se acolheram a elas foram as explorações de vacum, e mais as de vacum de carne em extensivo e em menor medida as de leite. Estas ajudas ademais incidiam mais nas zonas mais desfavorecidas do Páis como som as zonas da montanha luguesa e ourensã, por ser nestas zonas onde se localizam uma boa parte das explorações de vacum de carne em extensivo, pelo que estas ajudas vinham a fazer uma função equilibradora do território galego ao ajudar a manter explorações nas zonas onde o flagelo da despovoação é maior.

Em vacum de leite temos uma maioria de explorações muito intensivas e pelo tanto dependentes; se queremos umas explorações mais soberanas nas suas decisões e que não estejam sometidas às flutuações dos preços das matérias primas, faz-se necessário um uso mais racional dos recursos próprios, como é neste caso o recurso terra. Com o fim de ir no caminho de conseguir este objetivo, por um lado teriamos o Banco de Terra que teria como fim primordial proporcionar superfície agrária útil à aquelas explorações que a necessitara, e por outro as ajudas CES que fomentariam uma alimentação do gado em basse ao aproveitamento do recurso terra, mediante o pastoreio e a diminuição do número de animais por hectáre.

Mas este plano estratégico de futuro para o agro galego vem agora de ser tombado pela equipa de demolição do PP e o problema não é que tombem os planos da conselharia nacionalista, o problema é que com esta operação de derribo carregam-se boa parte do futuro do agro galego, porque perante deste plano que tinha a conselharia nacionalista o PP não nos apresenta nada que o substitua. Para o PP, o futuro é a nada absoluta, o deserto.

Para mais adiante deixaremos uma analise mais pelo miudo de como está a actuar o Partido Popular a respeito do conjunto de ajudas destinadas ao rural galego, mas o que já se pode ir avançando é que a sua actuação está-se a caracterizar por substraer e recortar todas as linhas de ajudas a ele destinadas, e para evitar que continuem com estas práticas não há outra solução que bota-los.