O PP contra a democracia

O PP contra a democracia
Lembremos que os organismos económicos internacionais impugérom durante décadas estas mesmas políticas em numerosos países de América Latina ou Ásia com resultados desastrosos

A euforia com a que Rajoy e o PP pretendérom vender-nos os supostos logros da última Cimeira da UE durou bem pouco. A teimosia com a que negárom a intervençom e os recortes que ia supor mostrou-se como umha grande mentira em poucos dias. Nom som as medidas que vam aplicar receitas novas, lembremos que os organismos económicos internacionais impugérom durante décadas estas mesmas políticas em numerosos países de América Latina ou Ásia com resultados desastrosos. Ao igual que nesses países também estará o FMI, agora acompanhando à Comissom e ao Banco Central Europeu no controlo do Estado Espanhol.    

Nom vou entrar na análise dumhas medidas económicas amplamente referenciadas polos meios de comunicaçom nos últimos dias. Uns recortes que longe de solucionar os problemas económicos aprofundam no caminho da recessom e a desigualdade. Permitam-me simplesmente citar o informe anual de recadaçom de 2010 da Agência Tributaria. Lembrem que em Julho de 2010 se produzira umha suba do IVA. Este informe recolhe que no segundo trimestre de 2010 as despesas sujeitas a IVA caírom 8’9% e acrescenta que entre as razons dessa “brusca contracçom” estám “a diminuiçom do rendimento disponível das famílias polo aumento do IVA e a rebaixa dos salários públicos (que na segunda metade de 2010 reduziu a massa de rendimentos do trabalho nuns 2.300 milhons)”.    

Em realidade estas medidas nom pretendem favorecer a recuperaçom da economia, ao contrário som numerosos os informes, mesmo de organismos oficiais que salientam que as medidas que se estám adoptando acentuam a recessom. O Banco de Espanha acaba de prever umha maior contracçom no segundo trimestre de 2012 causada pola queda no consumo dos fogares e também pola contracçom do gasto público. O FMI corrige as súas previsons iniciais e passa de prever um ligeiro crescimento em 2013 a unha contracçom de 0’6 pontos. Umha previsom que ainda nom incorpora o efeito contractivo das novas medidas. Em realidade estas medidas procuram seguir financiando ao capital financeiro, abrir novas fontes de negócio ao capital privado e aprofundar no desigual reparto da riqueza, social e territorialmente.    

Dizia que nom queria falar de questons económicas mas da ofensiva contra o sistema autonómico e a democracia que vem de lançar o PP. A crise está sendo aproveitada polo PP para coarctar a nossa débil capacidade de autogoverno com o beneplácito do governo de Feijoo.  Mantém para as comunidades autónomas o objetivo de défice para 2012, mesmo o endurece em 2014 e 2015, ao tempo que os critérios para a administraçom central se flexibilizam. Lembremos ademais que a dívida da administraçom central multiplica por quatro a das administraçons autonómicas. Ademais quando falamos de administraçom autonómica falamos de educaçom, de sanidade, de serviços sociais,... falamos de aspectos essenciais do estado de bem-estar. Se algumha administraçom está sobredimensionada é nalguns aspectos a administraçom central que nom se adaptou ao processo de descentralizaçom é mantém em Madrid, no coraçom da metrópole, umha estrutura mais própria de sistemas políticos anteriores.    

A crise também está sendo aproveitada para tentar reforçar o bipartidismo PP-PSOE, uns partidos cada vez mais questionados. Neste sentido aponta a pretensom do PP de reduzir o número de concelheiras/os em 30%. Umha reforma que nos concelhos pequenos, a imensa maioria do nosso país, apenas teria impacto económico porque a maioria das/os concelheiras/os nom tenhem dedicaçom exclusiva mas que restringiria em muitos municípios a representaçom a dous partidos, PP e PSOE. Da mesma forma o reforçamento das deputaçons viria afortalar umha instituiçom anacrónica, crescentemente questionada, com um sistema de eleiçom claramente antidemocrático e que favorece no nosso país o bipartidismo, mais ainda se reduzem o número de concelheiras/os.    

Em definitiva as políticas para favorecer às elites económicas mais umha vez vam da mao do centralismo político, em Bruxelas e Madrid, e dos ataques à democracia.