Crise capitalista e soberania política
Baixo a escusa de que estamos a "viver acima das nossas possibilidades" faz-se necessário combater a crise com uma combinação de cortes sociais e do sector público
Comecemos por reparar no seguinte texto: "O comércio paralisa-se, os mercados estão sobre saturados de mercadorias, os produtos apinham-se nos aramazéns atestados, sem achar saída; o dinheiro faz-se invisível; o emprestimo desaparece; as fábricas param; as masas operárias carecem de meios de vida por tê-los produzido em excesso, as falências e as liquidações sucdedem-se uma após outra. A estagnacação dura anos inteiros, as forças produtivas e os produtos esbanjam-se e destruem-se em massa até que ao fim, as massas de mercadorias acumuladas, mais ou menos depreciadas encontram saída, e a produção e o troco vam reanimando-se de pouco a pouco."
O texto continua "Nas crises estouram em explosões violentas as contradições entre a produção social e a apropiação capitalista. A circulação de mercadorias fica, pelo momento, paralisada . O meio de circulação, o dinheiro, convirte-se num obstáculo para a circulação; todas as leis da produção e cirucluação de mercadorias volvem-se ao revés. O conflito económico alcança o seu cume: o modo de produção rebela-se em contra do modo de troco."
Esta passagem corresponde-se com a descrição que fez F. Engels da crise capitalista do ano 1877, no seu trabalho "Do socialismo utópico ao socialismo científico". Crise que definiu como uma "crise nascida da superabundância".
Acho que a descrição que se nos apresenta, vem bem ao caso para entender a situação pela que está a atravessar o sistema capitalista actual, logicamente fazendo as oportunas adaptações e actualizações às peculiaridades e caracteristicas próprias do capitalismo do século XXI. Mas o que sim é incontestável é que o capitalismo procura aproveitar-se das suas crises para se aperfeiçoar e exercer uma maior pressão sobre as camadas populares ao tempo que tenta reforçar e extender a sua pressão colonial, para deste jeito procurar obter uma maior taxa de ganáncia.
Passo a continuação a fazer-me eco dum artigo de Rafael Poch, correspondente do jornal catalão "La Vanguardia" em Berlim e reproduzido no sítio web portugês Odiario.info. No mesmo alerta-se-nos sobre a nova estratégia que o lider do capitalismo em Europa, neste caso Alemanha, pensa pôr em prática a partir do mês de Setembro próximo.
Baixo a escusa de que estamos a <> faz-se necessário combater a crise com uma combinação de cortes sociais e do sector público, assim como o aumento de impostos ao consumo. Precisamente, o passado domingo dia 15 de Agosto, o senhor Pepinho Branco aproveitou o dia feriado para anunciar a suba de impostos no reino de Espanha.
Por outra parte o autor do artigo informa-nos de que nos últimos doze anos, os impostos a empresas foram reducidos na Europa em 12%, sendo a redução na Alemanha de 27% nos últimos vinte anos.
Mas passemos agora ao célebre plano que nos têm preparado para Setembro. Parece ser que, segundo o jornal alemão Der Spiegel o governo da senhora Angela Merkel encomendou um projecto de medidas para que no caso de que as ajudas adoptadas, para tirar de apuros aos bancos europeus e as economias estatais, não dêem os resultados esperados. Nesse caso o plano consistiria em que a troco da reestruturação da dívida, tirar-lhe aos governos de estados como o de Grécia, Portugal, Espanha e outros, o pouco que lhes resta de soberania, criando um directório com amplos poderes, com base em Berlim, que governe amplos aspectos das suas economias e políticas orçamentais, o que "requiriria restrições de soberania", mas não fica por cá a cousa, e continua o artigo fazendo-nos saber que a política orçamental ficaria sob controlo de, "um indivíduo, ou grupo de indivíduos, familiarizados com as características regionais do estado devedor", e que seriam nomeados pela Alemanha entre um comité de peritos.
O mesmo artigo faz-se eco de que o jornal conservador inglês Financial Times observa neste projecto de medidas um pequeno inconveniente, e este é, que tal plano "colocaria ao estado devedor numa posição de submissão colonial".
Bom, chegados a este ponto resultaria comico, se não for que a cousa é muito grave, que o governo do Estado Espanhol esteja muito preocupado com as reivindicações das nações que fazemos parte do mesmo, caso do Estatuto Catalão, e não esteja nada preocupado com a possibilidade real de se convertir num protectorado do capitalismo, comandado pela Alemanha.
Sempre, nestes casos, os débeis tedem a adoptar posições de força com quem consideram mais débeis que eles, mas mostram-se extremamente submissos com os que consideram mais fortes e poderosos, e este é o comportamento que está a manter o Estado Espanhol, seja qual for a cor do governo de turno, que põe tudo o seu ardor guerreiro em submeter às nações sem Estado que o conformamos (imposição das touradas, imposição de "la roja", imposição do idioma espanhol, ...), mas pela contra não dúvida em se submeter aos ditados económicos do grande capital, e para exemplo vejam-se todas as medidas económicas adoptadas pelo governo do PSOE, perante a crise, e plenamente referendadas pelo partido do grande capital, o PP.
Comecemos por reparar no seguinte texto: "O comércio paralisa-se, os mercados estão sobre saturados de mercadorias, os produtos apinham-se nos aramazéns atestados, sem achar saída; o dinheiro faz-se invisível; o emprestimo desaparece; as fábricas param; as masas operárias carecem de meios de vida por tê-los produzido em excesso, as falências e as liquidações sucdedem-se uma após outra. A estagnacação dura anos inteiros, as forças produtivas e os produtos esbanjam-se e destruem-se em massa até que ao fim, as massas de mercadorias acumuladas, mais ou menos depreciadas encontram saída, e a produção e o troco vam reanimando-se de pouco a pouco."
O texto continua "Nas crises estouram em explosões violentas as contradições entre a produção social e a apropiação capitalista. A circulação de mercadorias fica, pelo momento, paralisada . O meio de circulação, o dinheiro, convirte-se num obstáculo para a circulação; todas as leis da produção e cirucluação de mercadorias volvem-se ao revés. O conflito económico alcança o seu cume: o modo de produção rebela-se em contra do modo de troco."
Esta passagem corresponde-se com a descrição que fez F. Engels da crise capitalista do ano 1877, no seu trabalho "Do socialismo utópico ao socialismo científico". Crise que definiu como uma "crise nascida da superabundância".
Acho que a descrição que se nos apresenta, vem bem ao caso para entender a situação pela que está a atravessar o sistema capitalista actual, logicamente fazendo as oportunas adaptações e actualizações às peculiaridades e caracteristicas próprias do capitalismo do século XXI. Mas o que sim é incontestável é que o capitalismo procura aproveitar-se das suas crises para se aperfeiçoar e exercer uma maior pressão sobre as camadas populares ao tempo que tenta reforçar e extender a sua pressão colonial, para deste jeito procurar obter uma maior taxa de ganáncia.
Passo a continuação a fazer-me eco dum artigo de Rafael Poch, correspondente do jornal catalão "La Vanguardia" em Berlim e reproduzido no sítio web portugês Odiario.info. No mesmo alerta-se-nos sobre a nova estratégia que o lider do capitalismo em Europa, neste caso Alemanha, pensa pôr em prática a partir do mês de Setembro próximo.
Baixo a escusa de que estamos a <> faz-se necessário combater a crise com uma combinação de cortes sociais e do sector público, assim como o aumento de impostos ao consumo. Precisamente, o passado domingo dia 15 de Agosto, o senhor Pepinho Branco aproveitou o dia feriado para anunciar a suba de impostos no reino de Espanha.
Por outra parte o autor do artigo informa-nos de que nos últimos doze anos, os impostos a empresas foram reducidos na Europa em 12%, sendo a redução na Alemanha de 27% nos últimos vinte anos.
Mas passemos agora ao célebre plano que nos têm preparado para Setembro. Parece ser que, segundo o jornal alemão Der Spiegel o governo da senhora Angela Merkel encomendou um projecto de medidas para que no caso de que as ajudas adoptadas, para tirar de apuros aos bancos europeus e as economias estatais, não dêem os resultados esperados. Nesse caso o plano consistiria em que a troco da reestruturação da dívida, tirar-lhe aos governos de estados como o de Grécia, Portugal, Espanha e outros, o pouco que lhes resta de soberania, criando um directório com amplos poderes, com base em Berlim, que governe amplos aspectos das suas economias e políticas orçamentais, o que "requiriria restrições de soberania", mas não fica por cá a cousa, e continua o artigo fazendo-nos saber que a política orçamental ficaria sob controlo de, "um indivíduo, ou grupo de indivíduos, familiarizados com as características regionais do estado devedor", e que seriam nomeados pela Alemanha entre um comité de peritos.
O mesmo artigo faz-se eco de que o jornal conservador inglês Financial Times observa neste projecto de medidas um pequeno inconveniente, e este é, que tal plano "colocaria ao estado devedor numa posição de submissão colonial".
Bom, chegados a este ponto resultaria comico, se não for que a cousa é muito grave, que o governo do Estado Espanhol esteja muito preocupado com as reivindicações das nações que fazemos parte do mesmo, caso do Estatuto Catalão, e não esteja nada preocupado com a possibilidade real de se convertir num protectorado do capitalismo, comandado pela Alemanha.
Sempre, nestes casos, os débeis tedem a adoptar posições de força com quem consideram mais débeis que eles, mas mostram-se extremamente submissos com os que consideram mais fortes e poderosos, e este é o comportamento que está a manter o Estado Espanhol, seja qual for a cor do governo de turno, que põe tudo o seu ardor guerreiro em submeter às nações sem Estado que o conformamos (imposição das touradas, imposição de "la roja", imposição do idioma espanhol, ...), mas pela contra não dúvida em se submeter aos ditados económicos do grande capital, e para exemplo vejam-se todas as medidas económicas adoptadas pelo governo do PSOE, perante a crise, e plenamente referendadas pelo partido do grande capital, o PP.