Conselharia do Meio Rural, divide e venceras
Com o fim de encobrir todas estas manobras a senhora conselheira tenciona em procurar se diferenciar da anterior equipa da Conselharia
Recentemente o Presidente da Junta da Galiza vem de restituir a desaparecida Conselharia do Meio Rural, nomeando para se encarregar dos seus assuntos a que até esse momento fora Presidenta da Câmara Municipal de Melide, Angeles Vázquez.
Esta medida temos de a de interpretar como uma resposta às mobilizações que durante todo este verão véu a desenvolver o setor produtor de leite da Galiza. Com esta decisão, que vem a retificar a adotada a primeiros de 2011, reconhece o seu erro ao integrar na mesma conselharia os assuntos do mundo rural com os do mar.
Ao tempo que aproveita para substituir no seu carrego a Rosa Quintana, conselheira que ao longo do seu mandato demonstrou a sua incapacidade para defrontar os distintos assuntos e problemas que afetaram aos nossos setores agrários e pecuários, assim como a sua falta de sensibilidade e aptidão para defender convenientemente os nossos interesses (falta de sensibilidade que também está a exibir no conflito do cerco), deixando-se guiar única e exclusivamente pela visão florestalista do seu Secretário Geral, Tomas Fernández Couto.
A atitude da nova responsável, inicialmente, contrasta com a da sua antecessora. Assim no que tem a ver com o conflito lácteo, se a anterior responsável mesmo chegou a negá-lo, esta, logicamente e depois de todas as mobilizações levadas a cabo pelo sector, já não tem mais remédio que o reconhecer e aceder a se reunir com a Plataforma pela Defesa do Sector Lácteo Galego.
Mas como a causa dos problemas que defronta o sector lácteo galego é de origem estrutural e não conjuntural as soluções passam pela adoção de medidas políticas de fundo calado, em definitiva atuarem com plena soberania na sua defesa e não aceitar cegamente os desígnios que se têm elaborados por poderes alheios a Galiza para o fazer desaparecer, e é aí onde os projetos desta conselheira se atascam. De momento as suas propostas ficam em meros anúncios de planos estratégicos que não se conhecem e que em todo caso não podem ser mais que uma série de medidas cosméticas, como já passa com um plano semelhante desenvolvido na comunidade de Castela Leão. E isto não pode ser de outra maneira já que as alternativas elaboradas pelo PP assentam nas teses do neoconservadorismo liberal.
Sabendo que as suas propostas são de curto percorrido a estratégia que está a levar consiste em se queixar da fragmentação da representação do sector produtor, estratégia que por outra parte acabamos de ver que também a vem de utilizar o presidente da Junta da Galiza perante a protesta que o setor do cerco levou ao mítim do PP em Carvalho para se negar a falar com eles.
A tática deste estratagema consiste primeiro em promover a divisão do sector mediante o favorecimento da aparição de novos atores que inicialmente têm a aparência de espontâneos surgidos da base, mas que na realidade respondem a verdadeiros interesses partidários não declarados. Um caso exemplar é o do líder da associação que acaba de nascer em Lugo com o nome de “Agro Muralha” e que todo o mundo sabe, a estas alturas, que é militante do Partido Popular. Associação vestida com os atributos da antipolítica e do antissindicalismo.
O discurso da antipolítica e do antissindicalismo é um discurso que a direita está conseguindo semear entre toda a sociedade, e logicamente também no meio rural, com o fim de fazer crer que a deles não é política senão simplesmente gestão. Claro está que na base deste proceder se encontra o germe do fascismo.
Continuando com a sua estratégia do divide e venceras o PP está a mover todas as suas fichas para transmitir a sensação de que não há com quem falar, que não há união no sector. Para se justificar a senhora conselheira dizia numa entrevista que “não pode ser que eu me sente numa mesa com 50 pessoas do setor lácteo”, quando ela sabe perfeitamente que a unidade do setor se encontra representada pela Plataforma pela Defesa do Setor Lácteo Galego, e que, além disso, tudo o demais são manobras propiciadas desde o seu próprio partido, como o abandono da Plataforma por parte de ASAJA-Galiza ou a irrupção da associação Agro Muralha.
Seguindo nesta linha de trabalho de sapa, podemos afirmar que o PP moveu os seus tentáculos para fazer que a associação Organização de Produtores Lácteos –OPL não prestara o seu apoio às mobilizações convocadas pela Plataforma contra as grandes áreas comerciais, com a escusa de que não queriam participar em ações reivindicativas coincidindo com a campanha eleitoral para evitar que as reivindicações do setor leiteiro foram aproveitadas pelos grupos políticos no confronto eleitoral.
Neste contexto Agro Muralha viu-se forçada a convocar a sua tratorada como resposta ao anúncio feito pela Plataforma de iniciar mobilizações desde o dia 30 de novembro contra as grandes áreas comerciais e a convocatória de tratoradas a partir do 10 de dezembro. Mobilizações que têm como objectivo denunciar o roubo que estão perpetrando subindo o leite de marca branca nas estantes entre 4 e 6 cêntimos quando essa suba não está a repercutir em quem o produz. Mas ao mesmo tempo a tratorada convocada por Agro Muralha contribui a seguir criando confusão no próprio setor e no resto da sociedade.
Confusão que se gera desde o mesmo momento em que aparentemente as reivindicações planteadas, tanto por Agro Muralha com pela Plataforma, são coincidentes; a defesa de um prezo justo para o leite. O único motivo que desde Agro Muralha dão para não confluir com a Plataforma baseia-se exclusivamente na sua fobia antissindical, explicitamente manifestam que não querem saber nada de organizações agrárias. Com este proceder conseguem duas coisas muito importantes para o PP, dar-lhe argumentos ao seu governo para seguir insistindo no seu discurso de que não há interlocutores válidos com os que falar devido à disgregação do setor produtor ao tempo que se contribui a inocular entre a sua base social o germe da antipolítica e do antissindicalismo com o fim de evitar que outras organizações agrárias se podam achegar a ela.
Mas as coisas não lhe são tão singelas, o próprio líder desta associação recebeu pressões, antes de ter saído os tratores para rodear a muralha de Lugo, por parte de pessoas relevantes do seu próprio partido com o fim de convencê-lo para que paralisara a tratorada, coisa que não foi possível devido à pressão da sua base social, o qual quer dizer que não há tanta uniformidade na sua filiação e que se podem abrir fendas no seio da mesma.
Com o fim de encobrir todas estas manobras a senhora conselheira tenciona em procurar se diferenciar da anterior equipa da Conselharia, mesmo chegando a recriminar-lhe de estar pouco ligada ao mundo rural, motivo pelo que teve de ordenar a paralisação de uma série de normativas que tinha em andamento, como é o caso do projeto de ordem que ia regular o uso do esterco animal.
Nesto consiste o jogo desta nova conselheira todo ele recoberto de boas palavras, amabilidade e lhaneza, em definitiva cosmética para dissimular os problemas de sempre sem lhe aportar soluções efetivas, ao tempo que pretende espalhar a confusão e a desconfiança para que ao final tudo fique como estava.
Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo: As valoracións e opinións contidas nos artigos das nosas colaboradoras e dos nosos colaboradores -cuxo traballo desinteresado sempre agradeceremos- son da súa persoal e intransferíbel responsabilidade. A Fundación e mais a Unión do Povo Galego maniféstanse libremente en por elas mesmas cando o consideran oportuno. Libremente, tamén, os colaboradores e colaboradoras de Terra e Tempo son, por tanto, portavoces de si proprios e de máis ninguén.
Recentemente o Presidente da Junta da Galiza vem de restituir a desaparecida Conselharia do Meio Rural, nomeando para se encarregar dos seus assuntos a que até esse momento fora Presidenta da Câmara Municipal de Melide, Angeles Vázquez.
Esta medida temos de a de interpretar como uma resposta às mobilizações que durante todo este verão véu a desenvolver o setor produtor de leite da Galiza. Com esta decisão, que vem a retificar a adotada a primeiros de 2011, reconhece o seu erro ao integrar na mesma conselharia os assuntos do mundo rural com os do mar.
Ao tempo que aproveita para substituir no seu carrego a Rosa Quintana, conselheira que ao longo do seu mandato demonstrou a sua incapacidade para defrontar os distintos assuntos e problemas que afetaram aos nossos setores agrários e pecuários, assim como a sua falta de sensibilidade e aptidão para defender convenientemente os nossos interesses (falta de sensibilidade que também está a exibir no conflito do cerco), deixando-se guiar única e exclusivamente pela visão florestalista do seu Secretário Geral, Tomas Fernández Couto.
A atitude da nova responsável, inicialmente, contrasta com a da sua antecessora. Assim no que tem a ver com o conflito lácteo, se a anterior responsável mesmo chegou a negá-lo, esta, logicamente e depois de todas as mobilizações levadas a cabo pelo sector, já não tem mais remédio que o reconhecer e aceder a se reunir com a Plataforma pela Defesa do Sector Lácteo Galego.
Mas como a causa dos problemas que defronta o sector lácteo galego é de origem estrutural e não conjuntural as soluções passam pela adoção de medidas políticas de fundo calado, em definitiva atuarem com plena soberania na sua defesa e não aceitar cegamente os desígnios que se têm elaborados por poderes alheios a Galiza para o fazer desaparecer, e é aí onde os projetos desta conselheira se atascam. De momento as suas propostas ficam em meros anúncios de planos estratégicos que não se conhecem e que em todo caso não podem ser mais que uma série de medidas cosméticas, como já passa com um plano semelhante desenvolvido na comunidade de Castela Leão. E isto não pode ser de outra maneira já que as alternativas elaboradas pelo PP assentam nas teses do neoconservadorismo liberal.
Sabendo que as suas propostas são de curto percorrido a estratégia que está a levar consiste em se queixar da fragmentação da representação do sector produtor, estratégia que por outra parte acabamos de ver que também a vem de utilizar o presidente da Junta da Galiza perante a protesta que o setor do cerco levou ao mítim do PP em Carvalho para se negar a falar com eles.
A tática deste estratagema consiste primeiro em promover a divisão do sector mediante o favorecimento da aparição de novos atores que inicialmente têm a aparência de espontâneos surgidos da base, mas que na realidade respondem a verdadeiros interesses partidários não declarados. Um caso exemplar é o do líder da associação que acaba de nascer em Lugo com o nome de “Agro Muralha” e que todo o mundo sabe, a estas alturas, que é militante do Partido Popular. Associação vestida com os atributos da antipolítica e do antissindicalismo.
O discurso da antipolítica e do antissindicalismo é um discurso que a direita está conseguindo semear entre toda a sociedade, e logicamente também no meio rural, com o fim de fazer crer que a deles não é política senão simplesmente gestão. Claro está que na base deste proceder se encontra o germe do fascismo.
Continuando com a sua estratégia do divide e venceras o PP está a mover todas as suas fichas para transmitir a sensação de que não há com quem falar, que não há união no sector. Para se justificar a senhora conselheira dizia numa entrevista que “não pode ser que eu me sente numa mesa com 50 pessoas do setor lácteo”, quando ela sabe perfeitamente que a unidade do setor se encontra representada pela Plataforma pela Defesa do Setor Lácteo Galego, e que, além disso, tudo o demais são manobras propiciadas desde o seu próprio partido, como o abandono da Plataforma por parte de ASAJA-Galiza ou a irrupção da associação Agro Muralha.
Seguindo nesta linha de trabalho de sapa, podemos afirmar que o PP moveu os seus tentáculos para fazer que a associação Organização de Produtores Lácteos –OPL não prestara o seu apoio às mobilizações convocadas pela Plataforma contra as grandes áreas comerciais, com a escusa de que não queriam participar em ações reivindicativas coincidindo com a campanha eleitoral para evitar que as reivindicações do setor leiteiro foram aproveitadas pelos grupos políticos no confronto eleitoral.
Neste contexto Agro Muralha viu-se forçada a convocar a sua tratorada como resposta ao anúncio feito pela Plataforma de iniciar mobilizações desde o dia 30 de novembro contra as grandes áreas comerciais e a convocatória de tratoradas a partir do 10 de dezembro. Mobilizações que têm como objectivo denunciar o roubo que estão perpetrando subindo o leite de marca branca nas estantes entre 4 e 6 cêntimos quando essa suba não está a repercutir em quem o produz. Mas ao mesmo tempo a tratorada convocada por Agro Muralha contribui a seguir criando confusão no próprio setor e no resto da sociedade.
Confusão que se gera desde o mesmo momento em que aparentemente as reivindicações planteadas, tanto por Agro Muralha com pela Plataforma, são coincidentes; a defesa de um prezo justo para o leite. O único motivo que desde Agro Muralha dão para não confluir com a Plataforma baseia-se exclusivamente na sua fobia antissindical, explicitamente manifestam que não querem saber nada de organizações agrárias. Com este proceder conseguem duas coisas muito importantes para o PP, dar-lhe argumentos ao seu governo para seguir insistindo no seu discurso de que não há interlocutores válidos com os que falar devido à disgregação do setor produtor ao tempo que se contribui a inocular entre a sua base social o germe da antipolítica e do antissindicalismo com o fim de evitar que outras organizações agrárias se podam achegar a ela.
Mas as coisas não lhe são tão singelas, o próprio líder desta associação recebeu pressões, antes de ter saído os tratores para rodear a muralha de Lugo, por parte de pessoas relevantes do seu próprio partido com o fim de convencê-lo para que paralisara a tratorada, coisa que não foi possível devido à pressão da sua base social, o qual quer dizer que não há tanta uniformidade na sua filiação e que se podem abrir fendas no seio da mesma.
Com o fim de encobrir todas estas manobras a senhora conselheira tenciona em procurar se diferenciar da anterior equipa da Conselharia, mesmo chegando a recriminar-lhe de estar pouco ligada ao mundo rural, motivo pelo que teve de ordenar a paralisação de uma série de normativas que tinha em andamento, como é o caso do projeto de ordem que ia regular o uso do esterco animal.
Nesto consiste o jogo desta nova conselheira todo ele recoberto de boas palavras, amabilidade e lhaneza, em definitiva cosmética para dissimular os problemas de sempre sem lhe aportar soluções efetivas, ao tempo que pretende espalhar a confusão e a desconfiança para que ao final tudo fique como estava.
Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo: As valoracións e opinións contidas nos artigos das nosas colaboradoras e dos nosos colaboradores -cuxo traballo desinteresado sempre agradeceremos- son da súa persoal e intransferíbel responsabilidade. A Fundación e mais a Unión do Povo Galego maniféstanse libremente en por elas mesmas cando o consideran oportuno. Libremente, tamén, os colaboradores e colaboradoras de Terra e Tempo son, por tanto, portavoces de si proprios e de máis ninguén.