Centralizaçom e intervençom
Nom lhe importa neste caso a Rajoy e ao PP ceder na sua prezada soberania espanhola, o seu patriotismo nom se aplica frente aos poderosos, só se exibe frente às naçons oprimidas e no futebol
O que acontece actualmente é umha revoluçom silenciosa, a pequenos passos, cara umha governaçom económica mais forte. Os Estados-Membros aceitárom –e espero que eles o compreendessem bem- dar-lhe às instituiçons europeias importantes poderes em matéria de supervisom
[J.M. Durão Barros, presidente da Comissom Europeia]
É necessário ceder mais competências a Europa, passo a passo
[A. Merkel, chefa do governo de Alemanha]
As duas citas anteriores tornam evidente um processo que se está produzindo antes os nossos olhos sem que em muitas ocasions sejamos conscientes do seu alcance. A Uniom Europeia está dando importantes passos na centralizaçom do poder político. Nalguns caso a intervençom é evidente, trata-se das intervençons que sofrérom distintos Estados-Membros; noutros casos os passos permanecem em boa medida encobertos.
Patente é a intervençom em Irlanda, Grécia ou Portugal, controlado o conjunto da sua política económica pola Troika(Comissom Europiea, BCE e FMI), mas também o é no caso do Estado Espanhol embora Rajoy teime em negá-lo. Nom conhecemos ainda os pormenores da intervençom, pode que efetivamente sejam distintos dos que se lhe impugérom a outros Estados, aliás os elementos essenciais da intervençom vam estar presentes:
Nom lhe importa a Rajoy nem ao PP.
Acarom destas intervençons na UE seguem tomando-se decisons para que a imposiçom da política económica seja um procedimento ordinário. O denominado Pacto Fiscal acordado na Cimeira da UE de Dezembro de 2011, um pacto que deu lugar à assinatura em Março deste ano do Tratado sobre Estabilidade, Coordenaçom e Governaçom na Uniom Económica e Monetária. Da mesma forma no pleno do Parlamento Europeu venhem de serem debatidas as propostas para reforçar os poderes da Comissom. Falamos, entre outros aspectos, dum controlo por parte da Comissom dos projectos de orçamentos estatais prévio à sua discusom nos parlamentos de cada Estado ou da adopçom automática de sançons por parte da Comissom aos Estados que se apartem da ortodoxia neoliberal. Novas ferramentas para a imposiçom de políticas económicas no benefício das elites económicas: reduçons de salários, recortes nos serviços públicos, queda das pensons e elevaçom da idade de jubilaçom, etc.
Volvendo às intervençons extraordinárias, mais concretamente à linha de crédito concedido ao Estado Espanhol, os altavozes mediáticos do PP insistem em que vai permitir resolver a falta de crédito que afecta á economia. Sem embargo existem razons para pensar que isto nom vai acontecer. Entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012 o Banco Central Europeu emprestou um bilhom de euros à banca privada, a devolver em três anos com umha taxa de juro de 1%. Como podemos ver as instituiçons comunitárias som muito mais generosas com a banca privada que com Rajoy, os juros que lhe cobram som a terceira ou quarta parte dos que nos dim que vai ter de pagar o governo do Estado! Entre as principais beneficiárias destes empréstimos estivérom as entidades espanholas. Segundo os meios de comunicaçom a banca espanhola (BBVA, Banco de Santánder,...) pudo receber mais de 200 mil milhons de euros, o duplo do que o governo espanhol vai pôr agora à sua disposiçom, sem que o crédito volvesse fluir ás empresas e ás famílias. Ao contrário tudo indica que umha parte desses fundos se volveu depositar no próprio Banco Central Europeu e outra parte se utilizou para comprar dívida pública. Agora, mais umha vez, pode volver a acontecer o mesmo, os fundos podem dirigir-se aos rentáveis investimentos em dívida pública.
Ademais a prima de risco e a rentabilidade do bono espanhol a dez anos marcárom novos máximos. Evidencia-se assim outra das mentiras com a que tentárom vender a intervençom, a sua contribuiçom para aliviar a tensom no mercado da dívida pública. Em realidade o que aconteceu nom deveria estranhar-nos, lembremos que o problema do financiamento público tampouco se solucionou nos Estados que sofrérom as anteriores intervençons, a dia de hoje as primas de risco de Grécia, Portugal e Irlanda seguem sendo muito superiores aos do centro da UE. A intervençom vai dar lugar a um forte incremento do endividamento público, mais dez ponto do PIB no caso de alcançar os cem mil milhons de euros; origina em consequência maiores obrigaçons de pagamento por parte Estado e tudo isto num cenário de maior contracçom fiscal (recortes das despesas públicas, acusado desemprego com a conseguinte queda do consumo, etc) que afunda na depressom e que agrava os problemas para fazer frente às obrigaçons da dívida. O New York Times num recente editorial afirmava que esta espiral fai que umha segunda intervençom seja provavelmente inevitável. Também The Economist apontava neste sentido embora nom o formulasse explicitamente.
O resgate supom um maior endividamento público, mais dez pontos percentuais do PIB, e se nom houvesse nenhum outro câmbio também mais défice público devido aos pagamentos dos juros. Tendo em conta os compromissos sobre o défice público assumidos polo PP/PSOE ante as autoridades comunitárias isso vai obrigar a novos recortes. Embora no futuro memorando da intervençom nom se formulem explicitamente estes recortes, nom existem dúvidas de que a revisom regular das reformas estruturais e dos desequilíbrios aos que se refere o comunicado do Eurogrupo pode incluir um amplo abano de aspectos: mercado laboral, pensons, sanidade e educaçom pública ou, entre outros, o próprio financiamento autonómico o que equivale a dizer gasto social. Da mesma forma, a reestruturaçom bancária pode significar a perda de miles de postos de trabalho no sector e a entrega de NCG Banco a algumha entidade foránea afundando na centralizaçom do capital financeiro.
Ao igual que aconteceu com a de Grécia, Irlanda ou Portugal a intervençom do Estado Espanhol nom resolve os problemas económicos da zona euro –problemas que estám no seu próprio código genético- nem responde aos interesses das maiorias sociais. Talvez sirva para dar-lhe mais garantias aos credores da banca espanhola, muitos deles alemáns; agora podem estar mais tranquilos, o Estado Espanhol e a UE saírom ao seu resgate, fazendo-nos pagar as perdas a todas e todos nós. Nom lhe importa neste caso a Rajoy e ao PP ceder na sua prezada soberania espanhola, o seu patriotismo nom se aplica frente aos poderosos, só se exibe frente às naçons oprimidas e no futebol.
O que acontece actualmente é umha revoluçom silenciosa, a pequenos passos, cara umha governaçom económica mais forte. Os Estados-Membros aceitárom –e espero que eles o compreendessem bem- dar-lhe às instituiçons europeias importantes poderes em matéria de supervisom
[J.M. Durão Barros, presidente da Comissom Europeia]
É necessário ceder mais competências a Europa, passo a passo
[A. Merkel, chefa do governo de Alemanha]
As duas citas anteriores tornam evidente um processo que se está produzindo antes os nossos olhos sem que em muitas ocasions sejamos conscientes do seu alcance. A Uniom Europeia está dando importantes passos na centralizaçom do poder político. Nalguns caso a intervençom é evidente, trata-se das intervençons que sofrérom distintos Estados-Membros; noutros casos os passos permanecem em boa medida encobertos.
Patente é a intervençom em Irlanda, Grécia ou Portugal, controlado o conjunto da sua política económica pola Troika(Comissom Europiea, BCE e FMI), mas também o é no caso do Estado Espanhol embora Rajoy teime em negá-lo. Nom conhecemos ainda os pormenores da intervençom, pode que efetivamente sejam distintos dos que se lhe impugérom a outros Estados, aliás os elementos essenciais da intervençom vam estar presentes:
- Aumento da dívida pública e pagamento dos juros polo Estado
- Controlo externo da política económica.
Nom lhe importa a Rajoy nem ao PP.
Acarom destas intervençons na UE seguem tomando-se decisons para que a imposiçom da política económica seja um procedimento ordinário. O denominado Pacto Fiscal acordado na Cimeira da UE de Dezembro de 2011, um pacto que deu lugar à assinatura em Março deste ano do Tratado sobre Estabilidade, Coordenaçom e Governaçom na Uniom Económica e Monetária. Da mesma forma no pleno do Parlamento Europeu venhem de serem debatidas as propostas para reforçar os poderes da Comissom. Falamos, entre outros aspectos, dum controlo por parte da Comissom dos projectos de orçamentos estatais prévio à sua discusom nos parlamentos de cada Estado ou da adopçom automática de sançons por parte da Comissom aos Estados que se apartem da ortodoxia neoliberal. Novas ferramentas para a imposiçom de políticas económicas no benefício das elites económicas: reduçons de salários, recortes nos serviços públicos, queda das pensons e elevaçom da idade de jubilaçom, etc.
Volvendo às intervençons extraordinárias, mais concretamente à linha de crédito concedido ao Estado Espanhol, os altavozes mediáticos do PP insistem em que vai permitir resolver a falta de crédito que afecta á economia. Sem embargo existem razons para pensar que isto nom vai acontecer. Entre Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012 o Banco Central Europeu emprestou um bilhom de euros à banca privada, a devolver em três anos com umha taxa de juro de 1%. Como podemos ver as instituiçons comunitárias som muito mais generosas com a banca privada que com Rajoy, os juros que lhe cobram som a terceira ou quarta parte dos que nos dim que vai ter de pagar o governo do Estado! Entre as principais beneficiárias destes empréstimos estivérom as entidades espanholas. Segundo os meios de comunicaçom a banca espanhola (BBVA, Banco de Santánder,...) pudo receber mais de 200 mil milhons de euros, o duplo do que o governo espanhol vai pôr agora à sua disposiçom, sem que o crédito volvesse fluir ás empresas e ás famílias. Ao contrário tudo indica que umha parte desses fundos se volveu depositar no próprio Banco Central Europeu e outra parte se utilizou para comprar dívida pública. Agora, mais umha vez, pode volver a acontecer o mesmo, os fundos podem dirigir-se aos rentáveis investimentos em dívida pública.
Ademais a prima de risco e a rentabilidade do bono espanhol a dez anos marcárom novos máximos. Evidencia-se assim outra das mentiras com a que tentárom vender a intervençom, a sua contribuiçom para aliviar a tensom no mercado da dívida pública. Em realidade o que aconteceu nom deveria estranhar-nos, lembremos que o problema do financiamento público tampouco se solucionou nos Estados que sofrérom as anteriores intervençons, a dia de hoje as primas de risco de Grécia, Portugal e Irlanda seguem sendo muito superiores aos do centro da UE. A intervençom vai dar lugar a um forte incremento do endividamento público, mais dez ponto do PIB no caso de alcançar os cem mil milhons de euros; origina em consequência maiores obrigaçons de pagamento por parte Estado e tudo isto num cenário de maior contracçom fiscal (recortes das despesas públicas, acusado desemprego com a conseguinte queda do consumo, etc) que afunda na depressom e que agrava os problemas para fazer frente às obrigaçons da dívida. O New York Times num recente editorial afirmava que esta espiral fai que umha segunda intervençom seja provavelmente inevitável. Também The Economist apontava neste sentido embora nom o formulasse explicitamente.
O resgate supom um maior endividamento público, mais dez pontos percentuais do PIB, e se nom houvesse nenhum outro câmbio também mais défice público devido aos pagamentos dos juros. Tendo em conta os compromissos sobre o défice público assumidos polo PP/PSOE ante as autoridades comunitárias isso vai obrigar a novos recortes. Embora no futuro memorando da intervençom nom se formulem explicitamente estes recortes, nom existem dúvidas de que a revisom regular das reformas estruturais e dos desequilíbrios aos que se refere o comunicado do Eurogrupo pode incluir um amplo abano de aspectos: mercado laboral, pensons, sanidade e educaçom pública ou, entre outros, o próprio financiamento autonómico o que equivale a dizer gasto social. Da mesma forma, a reestruturaçom bancária pode significar a perda de miles de postos de trabalho no sector e a entrega de NCG Banco a algumha entidade foránea afundando na centralizaçom do capital financeiro.
Ao igual que aconteceu com a de Grécia, Irlanda ou Portugal a intervençom do Estado Espanhol nom resolve os problemas económicos da zona euro –problemas que estám no seu próprio código genético- nem responde aos interesses das maiorias sociais. Talvez sirva para dar-lhe mais garantias aos credores da banca espanhola, muitos deles alemáns; agora podem estar mais tranquilos, o Estado Espanhol e a UE saírom ao seu resgate, fazendo-nos pagar as perdas a todas e todos nós. Nom lhe importa neste caso a Rajoy e ao PP ceder na sua prezada soberania espanhola, o seu patriotismo nom se aplica frente aos poderosos, só se exibe frente às naçons oprimidas e no futebol.