A crise nom é igual para todas/os

A crise nom é igual para todas/os
(e o que chamavam bonança tampouco o era)

Dim-nos que estamos em crise, que devemos apertar-nos o cinto para sair dela,  que todas e todos devemos  fazer sacrificios.  Feijoo/Rajoy insistem em que ese é o caminho que devemos seguir  e ponhem como exemplo a Galiza. Um discurso aparentemente solidário para tentar ocultar o que significam as suas políticas, roubar aos que menos tenhem para entregar-lho a umha minoria cada vez mais reduzida.          

Os dados do IGE referidos a Galiza ilustram perfectamente o que foi o mandato de Feijoo: reduçom da massa salarial e incremento do excedente bruto de exploraçom/renda mixta (EBE/RMB). Noutras palavras que a maioria tem menos e a minoria cada vez mais, de facto em 2011 a remuneraçom salarial (mais dos dous terços das/os activas/os som assalariadas/os) foi inferior ao EBE.        

O IGE nom publica dados sobre a distribuiçom do EBE/RMB mas seguramente essa parte da renda também esteja mais concentrada em prejuízo da imensa maioria das/os pequenas/os e medianas/os empresárias/os e das/os autónomas/os cujas vendas dependem da capacidade de compra das assalariadas/os e dos mercados mais próximos.                

Isso é o que em realidade pretendem as políticas que nos imponhem,  reforçar a concentraçom da riqueza, nom sacar-nos da crise. De facto o próprio FMI vem de reconhecer que as políticas que se estám aplicando estám acentuando a recesom económica. Todo um exercício de franqueza e de cinismo o desta instituiçom à que nom lhe importa dizer que os recortes agravam a crise ao mesmo tempo que recomenda aplicá-los.                

Desgraçadamente ao FMI, à UE, aos governos de Rajoy/Feijoo nom lhe faltam colaboradores. Vimos de conhecer que os salarios pactados em convénio sofrérom umha forte diminuiçom no seu poder adquisitivo.  Umha evoluçom à que nom é alheia o pacto salarial assinado a começos de 2012 por CCOO e UGT com a CEOE para impôr o que denominam “moderaçom” salarial, ou em termos mais claros, a forte reduçom dos salários reais que estamos sofrendo.              

As épocas de crise contribuem à concentraçom e centralizaçom do capital. Essa concentraçom da riqueza nom só se produz em termos empresariais e em termos de classe mas também em termos territoriais, as galegas e os galegos sabemo-lo bem. Desde o seu nascimento o nacionalismo galego contemporáneo vem enfrentando estas políticas. Em boa parte das ocasions tivo de fazê-lo em solitario enquanto o conjunto das forças políticas estatais aplaudia os novos passos na mundializaçom para alegria de figuras como Rockefeller. Banqueiro e impulsor da Trilateral, David Rockefeller, defendeu vinte anos atrás que a soberanía supranacional de umha elite intelectual e de banqueiros mundiais é preferível à autodeterminaçom nacional practicada nos séculos passados. Sabia perfeitamente que a soberania das naçons é o grande obstáculo que enfrenta o capitalismo na sua actual etapa. Desgraçadamente no ámbito da UE, no ámbito do Estado e no ámbito galego estamos vendo como se dam passos para cumprir os desejos de Rockefeller, alonjando a capacidade de decisom dos povos e concentrando o poder político, a concentraçom do poder político e do poder económico som as duas caras da mesma moeda.            

Nom, a crise nom é igual para todas/os, nom o é nem em termos de classe nem em termos nacionais. Tampouco foi igual a época de crescimento económico. Lembremos que Galiza perdeu peso económico no conjunto do Estado, de representarmos mais de 6% do PIB do Estado a ser algo mais de 5%, um ponto percentual que supom 10.000 milhons de euros ao ano. Da mesma forma cada vez temos um menor peso em termos demográficos e em termos de emprego. A mediados dos oitenta, quando entramos na CEE, representavamos mais de 9% do emprego do Estado, em 2008 antes do estalido da crise nom alcançávamos 6%. Estes três pontos de menos suponhem médio milhom de postos de trabalho. 

Há quem di desde posiçons pretendidamente marxistas que é o único relevante som as classes sociais, que todas as trabalhadoras e trabalhadores (ou as/os assalariadas/os para sermos mais precisos) somos parte dumha classe social que sofre a mesma exploraçom. Sem dúvida umha empobrecedora –utilizando um qualificativo suave- interpretaçom do marxismo. Umha versom interessada (a drogha no Cola Cao que di o companheiro Cosme Pombo) com a que pretendem vender-nos às galegas e aos galegos o que seguramente nom se atreveriam a dizer-lhe a um trabalhador mexicano que tenta cruzar a fronteira cara território gringo.  Alguém é capaz de dizer que as/os assalariadas/os gringas sofrem a mesma exploraçom que as mexicanas/os porque formam parte da mesma classe social? Acaso morrem tentando pasar a fronteira as/os assalariadas/os com pasaporte dos EUA? Tenhem as mesmas condiçons laborais as/os mexicanas/os quando passam a fronteira que as/os gringas/os? Alguém lhe diria desde posiçons marxistas a um trabalhador venezolano que levanta a bandeira da soberania nacional frente ao imperialismo que nom divida à classe operária com essa reivindicaçom. Nom, para o marxismo as/os assalariados/as nom som umha massa uniforme com a mesma problemática a nível mundial (tampouco a nível do Estado Espanhol onde  termina o internacionalismo dalguns). O marxismo nom é um conjunto de receitas para repetir a escala planetária senom que exige umha análise da formaçom social –conceito este que nom coincide com o de Estado- que pretende transformar e das suas relaçons com outras formaçons sociais. Isto sem entrarmos noutras questons porque a discriminaçom e a opresom nom se produzem únicamente no ámbito económico.                  

Umha interessada cegueira cara a questom nacional que leva a alguns a afirmar que nom é relevante que as grandes empresas que operam na Galiza tributem no nosso país polos lucros gerados aqui. Nom há problema em que tributem em Madrid porque na sua opinom isso nom tem nada a ver com a exploraçom das/os assalariadas/os.  Tampouco passa nada porque a produçom de energia na Galiza nom revirta no nosso desenvolvimento, o importante é que as eléctricas sejam propriedade da administraçom central (para alguns sinónimo de público). Esquecem que fórom precisamente algumhas destas empresas propriedade da administraçom central as que durante décadas espoliárom os nossos recursos naturais reinvestindo os lucros fora do país. Da mesma forma consideram excéntrico reivindicar umha banca pública Galega, para eles chega com que tenha a sede nalgum organismos da administraçom situado em Madrid.                  

A crise está sendo aproveitada para acentuar a concentraçom da riqueza e também do poder político, agravando a situaçom periférica de naçons sem Estado como Galiza. Sem embargo a crise também é o momento para a rebeldia e pola tanto para a esperança, para cambiar o rumo e fazer frente às políticas que nos imponhem, para tomar nas nossas maos o nosso futuro e construirmos desde a Galiza, em pé de igualdade com outros povos, um mundo mais justo. Sairmos da crise construindo umha Galiza mais justa, com mais benestar, com emprego de qualidade e mais democrática exige que as galegas e os galegos podamos decidir sobre o uso dos nossos recursos, algo que só o nacionalismo defende.  O 21 de Outubro só há umha opçom real que defenda isto, as demais tenhem a sua sede central em Madrid embora acrescentem ao seu nome o adjectivo para eles decorativo de galego.