A movida viguesa-lusa dos oitenta fronte á montra madrileña

Celébran-se por todo o País actos do trinta aniversario da movida viguesa e algúns medios da comunicação social voltan dar destaque a conexão dos artistas de Vigo com Madrid. Sem negar estas relações, deveriamos reparar máis na verdade que se agocha sempre na nossa história e queren que fique oculta. Forão muito máis importantes as relações cos viziños do Porto que cos da cidade de Madrid. Vejamos a sustentação desta afirmação. "O Rock autoctone enchia pavillões, havía ganas de mudança e uma legítima necessidade de afirmação", expressão extraída do livro compilatorio que venhen de editar o grupo de rock Trabalhadores do Comercio, sería também acaída acima do Minho. Os Trabalhadores do Comercio serão uma referencia incontornável da música no Norte e que cantan en "dialecto portuense" sería o destaque da imprensa da cidade invicta "visto que a língua portuguesa não se adaptar á música rock e este dialecto do Porto se adaptar muito bem, pois tem máis sílabas" Um dos alma mater dos Trabalhadores é Sérgio Castro "Serjom", quen sinala que "um día escreverei uma canção autobiográfica á qual seguramente chamarei -Vigo Calling- na tentativa de me ajudar a entender e explicar essa espécie de magnetismo que Vigo exerceu sobre mim, desde que lá fui, a finais dos sessenta". Em Castrelos realizava-se uma grande concentração Ibérica das Federações dos Sindicatos do Comércio e, aos responsáveis portugueses pareceu-lhes adequado convidar a estes "colegas" para abrilhantar a festa. Numa tarde solheira de Agosto, o Parque de Castrelos é um manancial de luz, de cor e de vida e, naquele día, a música e as palavras encheram aínda máis o habitualmente alegre cotidiano daquele parque. Largas centenas de pessoas, talvez milhares, de ambas as margens do Minho, tinham rumado á grande urbe galega para passar um grande día de festa.
Embora os primeiros contatos dos Trabalhadores e a música galega foram na capital da velhinha Gallaecia, na altura do 17-18-19 de abril de 1981, na Festa da Alegría que organizava o PCP em Braga. Tocar na Festa da Alegría era uma espécie de trampolím para logo chegar á muito máis multitudinaria Festa do Avante. Além dum incidente que houvo com o Bibiano, estava convidado o grupo Tren Vigo (onde tocavam Teo Cardalda e Pablo Novoa -máis tarde fundadores dos Golpes Bajos- Javier Martínez ou Carlos Villanueva).
,Contam eles que no Verão de 87, num armazém á entrada da Travesía de Vigo, sob orientação dum británico chamado Phil, (Philip Newell cujos livros são hoje leitura obrigatoria para cualquer estudante de acústica) criaron o importantíssimo projecto de Planta Sónica, um estudio de gravação. Por essa altura Os Resentidos passaram por Planta Sónica para gravar "Fracaso Tropical" un álbum super divertido con quantidade de sons e ritmos latinos, que se seguia ao single de enorme éxito "Fai un sol de carallo". Mas em meados de 1989, Os Resentidos começaram a preparar um novo álbum com caracterísiticas totalmente distintas e cada vez mais dependentes da electrónica. De um día para o outro, decidiram despedir toda a banda, 5 músicos em total, contratando apenas um novo baterista. Os cinco músicos e Sérgio Castro, dos Trabalhadores, forman um novo grupo que dão por nome "Bombeiros Voluntarios"que editou uma cassete oficial com título genérico "Sempre prontos". Este grupo teve um enorme sucesso em toda Galiza e chegou a ser uma das principais atração no "Actual" de Logroño. A Planta Sónica estava agora a todo o vapor e grupos como Aerolineas Federales, Na Lua, Bajo en Nicotina ou Fuera de Serie gravaram aí as suas novas produções. Planta Sonica sofreu uma inundação no final de 1990 e desde então, juntamente con Newell, Sérgio Castro dedica-se á acústica de salas fundando a companhia galega Reflexión Arts. Actualmente Sérgio Castro, aparte de manter vivo o projecto Trabalhadores do Comercio, tem colaborado en inúmeros projectos musicais onde destacariamos a Banda de Poi ou Vozes da Radio. Muito devedora é a música galega a este desconehcido grupo, para a maioria na Galiza, e a outros nortenhos coma o João Simões, António Sanches Vieira, Quim Pastel, etc. Lembremos que Sérgio Castro é neto de José dos Santos Castro (Porto, Abril de 1900-1984) Filho de Galegos imigrados em Portugal, foi um jornalista democrata, brilhante homem de letras, companheiro de Amilcar Ramada Curto na fundação do Partido Socialista Portugués (PSP, o original) e um dos pioneiros do
Mutualismo em Portugal.
Fica claro a proclama e ideario do rock daqueles pioneiros da música luso-(galaica) no Hino a Desanexassom:
E sem centralismo, o póbo feliz ia construindo a Nassom:
A Galécia Regnum, de Gaia á Corunha sem isquecermos
Monsom...
Será cus políticos iu estragar a bisom?
Até os cumiamos é claro que nom!!!
Cumprimentos, Sérgio Castro, a si e a todos os Comerciantes Trabalhadores.