A jeito de introdução
A teor das críticas recebidas polo artigo anterior esta serie sobre os celtas precisa uma introdução. A orige dela esta numa serie de papeis para Murguia: revista galega de história, sobre os celtas, da que polo de agora levam saído dous, mas não está concluída. Os resultados da investigação surprenderom-me a mim mesmo, especialmente nos parecidos entre as línguas celtas vivas e o galego.
Como este era um aspecto do que não se falava e segue a não se falar, esta serie de artigos para Terra e Tempo, que seguirão a aparecer cada dous meses, tentam expor a semelhanças entre o galego-português e as línguas celtas, nomeadamente as gaélicas aos não especialistas no tema.
Não pretendo demostrar que o galego tem um substrato celta, isso já esta em calquer livro de texto. O que quero é precisar de que tipo de língua celta se tratar e como de importante e esse substrato. Um adianto; é bem mais importante do que geralmente se crê.
O conceito de celtas utilizado nesta serie deriva do cambio de paradigma que propõe entre outros Mário Alinei. Segundo Alinei as línguas celtas formaram-se no mesmo sítio donde as achamos em época histórica; na fachada atlântica europea. A formação deste grupo de línguas remontaria aos pescadores e mariscadores do final da Era Glacial há cousa de 12000 anos. A formação da rama gaélica estaria completada a mais tardar no Bronze Final, entre o 1200 e o 600 antes da nossa era. Pode-se achar mais informação, mesmo em galego e português, no sítio web do paradigma da Continuidade Paleolítica.
Cando comecei a me documentar busquei que universidades da Espanha tinham algum curso regular sobre línguas celtas, não achei rem.
O mais parecido que achei foi um curso sobre literatura irlandesa na UNED de Ramón Sainero a partir de textos traduzidos ao inglês. Isto foi há catro anos mas a situação actual dos estudos celtas nas universidades espanholas segue a ser a mesma: que praticamente não existem. Não acho uma universidade na Espanha onde se poida aprender de jeito regular uma língua celta, seja gaélico ou galês, bretão etc.
As comparações das línguas romances coas celtas adoitam facer-se cuma língua reconstruída chamada celta comum, que não tem apenas nenhuma das peculiaridades das línguas celtas actuais e que mais parece um grego ou latim cuma ortografia rara que calquer outra cousa.
Um exemplo desta situação é o verbo ser. A diferencia entre ser e estar é um traço característico da nossa língua e mais do astur-leonês, castelão e navarro-aragonês mas não aparece no inglês e no resto das línguas romances.
Os textos ingleses sobre a línguas celtas vem-se bastante apurados para explicar que no grupo gaélico o verbo to be traduzir-se por um verbo que implica uma relação de longa duração, também lhe chamam verbo existencial,-irlandês bionn- ou por outro que implica uma relaçao de curta duração -irlandês ta, antigo irlandês attá-. Isto não passa no galês que nom tem mais que um verbo ser, o que concorda cum parentesco mais cerca-no entre o galego e o gaélico. Mesmo as construções são semelhantes:
Tá mé ag leamh / Leim
Estou eu a ler / Leo
Tá mise I mo mhuinteoir / Is dochtúir mise
Estou de professor (lit: Estou eu no meu professor)/ Son doctor (lit: É doctor eu).
Como já vai dito mais arriba outras línguas romances como o catalão ou o italiano não mostram esta diferencia, o verbo estare no italiano não é o mesmo que o nosso verbo estar, o significado está mais perto do inglês stand (quedar num sítio, parar-se). Mesmo a forma "tar" por estar é a normal no asturiano e dialectal na maior parte da Crunha e Lugo.
Para rematar o saúdo informal mais comum no irlandês, penso que não precisa tradução:
Conas tá tú?