A conquista romana da Galiza
O número 45 de Desperta Ferro , de Dezembro de 2017, está dedicado a um minucioso análise da conquista romana do território dos cantabros e astures. Nesta análise não aparece Galiza, o território galego considera-se já conquistado por Roma em algum momento anterior indeterminado.
Consideramos que esta visão do nosso passado é completamente errônea ao tempo que está moi estendida. É, uma vez mais, a idea de que aqui nunca passou nada de que a Galiza não tem história de seu. Eis alguns elementos que faltam nestes estudos.
Nas fontes: Orosio e Floro, falam do Monte Medulio. Floro não indica onde está mas Orosio sitúa-o no Minho: Medullium montem Minio flumini inminenten. O que o deixaria em território galaico.
A inexistência de notícias anteriores que informem da conquista:
- Cesar chegou por mar até o golfo Artabro, mas não há notícia de que conquistara o território. Esto numa época em que a sua carreira política estava a começar e precisava atribuir-se todos os méritos possíveis.
- Décimo Junio Bruto pode que não chegara nem tam sequera a entrar na Galiza histórica: a sua vitória contra os galaicos poido ter lugar ao Sul do Douro, e a Valentia que fundou estava no território dos edetanos. Tem que ser a Valencia actual e não Valença do Minho.
Paga a pena de recordar que se nos diz habitualmente que este casco não é indígena senão romano ou de atribuição duvidos, a pesar de que se parece muito ao da figura principal da fíbula de Bragança:
Mesmo ha achados arqueológicos de campamentos romanos (roman army ) que se mencionam nos mapas pero dos que não se tiram as conclusões pertinentes. Mesmo nalguns dos mapas , por exemplo o da página 24, fica claro que o território galego não está controlado pelos romanos.
Como o sabemos?
Por que um dos eixos do avance romano de Sur a Norte vai separar astures e galaicos e pola inexistência dum ataque romano desde Galiza seguindo a linha da costa, inexplicável se o território Galaico estivesse controlado por Roma
Para rematar, um dos prisioneiros do arco de Carpentras, no Sur da Francia é identificado como cantabro ou astur, num dos artigos. O chamativo é que o autor que identifica esse monumento como uma referência ás guerras Cantábricas, o catedrático de Arqueoloxía de Grécia e Roma da Universitat Rovira i Virgili, Joaquín Ruiz de Arbulo, crê se trata dum galaico. Há um extenso artigo de Manuel Gago sobre o tema: O guerreiro perdido. Nada de isto se menciona no artigo de Desperta Ferro.
Resumindo, cada vez que estamos a ler um estudo espanhol sobre um tema que da nossa história, convém estar prevenidos de que a visão pode ser bastante parcial. É que ou nós prestamos atenção a nossa história, ou ninguém nos vai falar dela.