A segunda vaga do COVID demostra que o espanhol é um estado falhado
Num artigo anterior, sobre o efeito da pandemia e as carências do estado que deixara á vista, já apontava uma série de problemas graves. No contexto, podia-se entender que os falhos eram a consequência da surpresa que causara a dimensão da pandemia, como passou em case toda Europa. A dia de hoje essa explicação é insuficiente, o verão demostrou que o estado espanhol é disfuncional.
Não falhou a sociedade, o que falhou foi o estado. E falo do estado e não do governo porque foi um falho a todos os níveis: Governo, oposição, organismos do estado co poder judicial dando o maior espetáculo mas não o único, e comunidades autônomas. Se lhe agregamos a maioria dos médios de comunicação de massas: prensa, rádio e televisão a disfunção é completa. E não estamos a falar só dos de Madrid, a cobertura da prensa galega foi igual de mala na maioria dos casos.
Nada mais rematar a desescalada o lema era: há que salvar a temporada turística. Co problema que supõe isso porque, sem o turismo, a economia da Espanha é deficitária. Não se valorou que esse objetivo podia ser incompatível com outros sectoes da economia.
Mesmo aceitando esse objetivo houvo dous erros fundamentais: - permitir a apertura do ócio nocturno. Ver o foco de Seul onde uma soa persoa produziu um foco de contágio em cinco locales diferentes na mesma noite. - permitir a entrada de turistas sem lhes fazer a pcr, por poucos casos que fosem. A capacidade de criar um foco era grande ao se combinar co ócio nocturno, como vimos.
Todo isto não são especulações minhas, está no artigo de Tomás Pueyo de 25 de Junho, –lerão bem: de Junho. Efectivamente: há mais de dous mêses. Se não sabem quem é fagam uma busca por Tomás Pueyo e COVID, de todos os analistas que tem tratado o tema é o que mais acertou. Isto é: o que está a acontecer, não só era previsível senão que estava previsto e o governo tinha que conhecer estas previsões.
Isto são falhos a nivel do estado. Mas também as Comunidades Autónomas: - Não se contrataram rastreadores nem se reforzara a atenção primária, desmantelada durante a crise anterior. - Nem a prensa nem a televisão se preocuparam de fiscalizar a ação dos governos neste tema. A exceção são alguns diários digitais
A isto há que agregar a inexistência dum sistema de coordenação entre o governo central e as comunidades autônomas. E se lhes parece que é o governo o que o está a fazer mal não esqueçam que todos os governos anteriores fixeram ainda menos. Nunca tantas reuniões se convocaram, os resultados já são outra cousa.
As comunidades, que,salvo Euskadi e Navarra, praticamente não cobram impostos. Para a maioria das comunidades o seu gasto principal e a maior parte dos seus trabalhadores estão em dous capítulos: educação e sanidade. Aparecem alguma vez nas campanhas eleitorais?
Nestas últimas eleições na Galiza a sanidade só apareceu para debater cifras, mas não previsoes ou um balanço dos anos anteriores. Da educação… melhor deixa-lo para outro dia.
E o de Madrid é tema aparte:
Saiu das diversas fases da desescalada sem cumprir as condições exigidas. Não se preocuparam de contratar rastreadores etc. Resultado: á volta das vacações Madrid seguia aí, co maior índice de contágios do estado e parte da Europa. A cousa tem mérito, de recordarmos o grave foco do matadoiro de Binefar que afectou a Lheida e Huesca, e sabendo que em Madrid não houvo um caso semelhante. A explicação mais simples é que o virus não estava controlado e que não apareciam mais casos porque não se buscavam. A prensa preocupadísima por esta situação … .
Não, em absoluto, até que as cifras subiram tanto que eram impossíveis de esconder, então começou a preocupação pola deixação de funções do Governo Central. É preciso repeti-lo, num estado como o espanhol, a capital não pode ser uma autonomia porque está a jogar com duas baralhas e coa Brunete mediática detrás. Ou Madrid tem que deixar de ser uma comunidade autônoma ou há que descentralizar a capitalidade.
Apêndice: Gromo ou como a Academia mexa por riba do idioma
A língua deste pais tem dous grandes inimigos: - as instituições espanholas que estão a lhe limitar os espaços - A real academia gallega que a está a baleira-lo desde dentro A palavra gromo significa o mesmo ou é o equivalente dos famosos brotes verdes (tradução perralheira do inglês). Que, por definição, são algo bom. Logo, não tem sentido emprega-la para indicar algo negativo como um foco ou surto duma pandemia.
A solução, por fortuna, é bem simples. Nos anos 70 a academia espanhola decretou que a maneira correta de escrever whiskey em espanhol era güisqui. Alguém o véu escrito dessa maneira? Não
Pois já sabem o que há que fazer.