Síndrome de Estocolmo ou simples colonizaçom

Síndrome de Estocolmo ou simples colonizaçom

Nom sei se o termo de síndrome de Estocolmo se pode aplicar a colectivos ou é só para pessoas individuais, ou se simplesmente com a definiçom de povo colonizado chegaria. Mas penso que vai mais alá, é umha espécie de abduçom colectiva. Refiro-me ás “orquestras”.

Eu nom som capaz de compreender porque nas festas das paróquias, o dia do patrom ou patroa, esses dous ou três dias ao ano de festa colectiva, o apogeu da festa, chega à noite, com a actuaçom da “orquestra”. Mas nom seria o problema que tocara umha orquestra senom o que e como tocam. Música em inglês macarrónico ou espanhol com sotaque de América do sul ou andaluz, ritmos do Caribe e já sem entrar a avaliar a vestimenta “estrafalaria” ou ao mesmo tempo muito escassa no caso das mulheres, nom o entendo. E é este um fenómeno que tanto se da no rural como no urbano.

Mas a minha surpresa é muito mais grande quando falo com companheiros e companheiras nacionalistas e nom tenhem nengum problema com isto, som eles os que nom me compreendem a mim. Passam da incredulidade, pensam que os estou a bacilar, à argumentaçom, a gente tem que se divertir, é da música que gostam... Eu por suposto compreendo que a gente tem que se divertir e que pode escolher a música que queira, mas, num pais normal qualquer nas suas festas levariam grupos musicais que só tocam músicas alheias e que cantam em línguas alheias?, o único que se pudo escoitar em galego nestes anos foi a cabritinha de Quim Barreiros e pouco mais. Penso que algo vai mal quando umha comissom de festas formada pola vizinhança do lugar gasta a maior partida de dinheiro das festas em trazer umha orquestra deste tipo.

A TVG repete o mesmo, de jeito que nom só nom ajuda a normalizar, senom que fomenta este tipo de música-espectáculo no que os únicos ausentes som o galego e a música galega, desde Luar até o resto dos programas que dam em horas de máxima audiência. Com normalizar refiro-me a que umha televisom em galego que deveria servir para informar, entreter... mas tendo em conta que está feita desde Galiza e para galegos e galegas, deveram ser fundamentais nom só a defesa e promoçom da língua, senom também da nossa identidade e cultura. Simplesmente feita em Galiza e pensada por e para Galiza, aqui só se cumpre o primeiro.

O excesso é cada vez maior, antes as orquestras actuavam em pequenos palcos, mas na actualidade utilizam camions-cenário cada vez mais grandes, tanto que já nom é o primeiro caso de dificuldade para entrar, ou sair do lugar onde actuam. Pode chegar um a umha aldeia e atopar um autêntico desbarre de cenário com luz e som que se escuita a quilómetros e que ocupam um volumem ás vezes maior que o espaço ocupado polos assistentes. Quando um vai no seu carro pola estrada e de repente cruza por algum lugar em festas lembra-me a cena da película Apocalypse Now, quando no meio da selva de Vietname montam um cenário enorme para a actuaçom de duas “playmates”. Para mim tam fora de lugar um como outro.

É verdade que cada vez vam aparecendo paralelamente ás festas paroquiais ou incluso nelas festivais e recuperaçom de tradiçons populares, mas segue a ser o principal atractivo a orquestra da noite. Nom quero dizer com todo isto que para fazer umha festa a única opçom e que subam ao cenário umha banda de gaiteiros ou umhas pandereteiras, mas penso que há espaço para todo. Em Galiza temos profissionais e aficionados à musica de todos os estilos e ritmos, há variedade e há qualidade sobrada, mas o problema nom está na capacidade de produzir senom na assimilaçom de que para bailar e para a festa o que vale é o de fora.

É a minha e muito pessoal opiniom, mas desde rapaz nunca fum capaz de aturar as orquestras das verbenas. Daquela eram pasodobles, agora som outros ritmos, mais caribenhos, mas sempre som o mesmo. Nom me identifico nem me identificarei com algo que nom me é próprio, outra cousa e que poda gostar da música rock ou a caribenha, do reggae ou do heavy metal, mas nom compreendo porque o dia da festa tenha que se dedicar à música espanhola.


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Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo
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