Verin como síntoma

Tenho que pedir aos lectores que tenham a bem fazer o esforço de se remontar a uma era pré-histórica: o mundo anterior á Pandemia. Recapitulemos: a Xunta de Feijóo, a finais de Janeiro deste ano, tivera que dar marcha atrás ao feche do paritorio de Verin depois dum conflito que durou vários meses.

Num artigo anterior estava a falar de que o programa de Feijoo para o rural era recortar serviços até que a gente cansar e marchasse para as cidades. O caso de Verin deixou claro que não era só o rural o que ia sofrer. O seguinte passo eram as cabeceiras de comarca. Que isto não é uma questão de falta de população pode-se ver no caso de Pontevedra, a única cidade na Galiza com crescimento de população durante toda a última década, e que tem prazas de pediatras sem cobrir. Estamos fa falar duma redução sistemática de trabalhadores na Sanidade Pública e no Ensino Público, a privada é outro cantar. E a despreocupação de Feijoo pola opinião pública era tal que começou co projeto em pleno ano eleitoral convencido de que não podia passar nada. Contando co apoio da prensa, dos colégios profissionais etc; calquera movimento da oposição podia-se desqualificar sem mais como populismo.

E num princípio não passou nada. Os supostos motivos para fechar a unidade de partos podiam-se aplicar a case calquer hospital da Galiza, e neste país não escasseiam as opiniões de expertos dispostos a justificar o que faga falta.

Mas a população não se conformava e pouco a pouco as resistências começaram a se expandir mesmo no seu partido. E começou a busca duma explicação para salvar a cara. O malo, para Feijoo é que não havia. O pior é que este assunto de Verin estava a sacar á luz as práticas de baleirado do SERGAS que tem empregado Feijoo.

A maioria da gente não sabe do sistema de trabalho escravo que tem montado a Conselheria de Sanidade: jornadas esgotadoras, estabilidade nula, contratos por dias etc. A falta de médicos na medicina pública galega não é uma casualidade é o resultado dum trabalho de anos para destruir o sistema.

Isto não estava á vista, mesmo os médicos que se enfrontavam com essa política, não eram conscientes do nivel de baleirado do SERGAS até há relativamente pouco. Os dous doutores que falaram deste tema na semana de filosofia de 2017 confesavam que nao eram conscientes do nivel em que o SERGAS era uma casca baleira antes de começar a sua investigação.

http://aulacastelao.gal/2017/04/17/sanidade-dereito-ou-negocio/

Ao final a fama de bom gestor de Feijoo não é mais que outra fabricação do aparato de propaganda, perdão, queria dizer da prensa livre e independente de que desfrutamos.

https://www.nuevatribuna.es/articulo/sociedad/verin-derrota-politica-sanitaria-nunez-feijoo/20200122102856170335.html

O efeito de todo isto cando aparece um imprevisto como o coronavirus e se descobre que a nossa sanidade “das melhores do mundo” tem a metade de camas de hospital por cada 1000 habitantes que a maioria dos países europeus. Não estamos moi por baixo de Italia, se é que isso serve de consolo. E sempre vai haver imprevistos.

Olvidou-se todo isto co Coronavirus? Ou representa o início dum câmbio de tendência?

A gestão de Feijoo na Pandemia consistiu em que foi mais rápido que o governo central, por uns dias. Mas o que ficou claro é que nem a Galiza nem o resto do estado estavam preparados para algo semelhante. E seguem sem estar, comparados com Taiwan ou Korea. E se volta a sair elegido Feijóo vai fazer as melhoras necessárias? ou vai seguir coa política de recortes para a pública e negócio para a privada?

Era uma pergunta retórica claro.

É importante que todos tenhamos claro que cada voto conta. Porque mesmo de ganhar Feijoo não é o mesmo se ganhar com 38 deputados que ganhar com 40. No segundo caso seria a constatação para o PP de que todo o que fixeram não lhes supuso coste nenhum e que podem fazer moito mais.
Esperemos, polo bem de todos nos, que não ganhar. Porque os plans de Feijoo não se limitam a Verin.