Um símbolo do estado espanhol: a factura sem IVE

Um símbolo do estado espanhol: a factura sem IVE

É uma cousa que sai cada dous por três na prensa, cando aumenta o nível de escândalos na vida pública, nesta ocasião um caso de exploração sexual no que estão implicados dous ou três membros da seleção espanhola —de futebol, ou é que há outra?—

Quem não tem pedido alguma vez uma factura sem IVE?

Nesta ocasião —semana do 12 ao 18 de Junho— trata-se duma entrevista à Fernando Garcia de Cortazar, jesuíta e historiador, como se define el. Autor do conceito duma biografia de España: “de Atapuerca hasta el Euro” agrego eu. Podia ser calquer outro intelectual espanhol, neste tema são intercambiaveis.

O objectivo é sempre o mesmo: a defessa do estado frente ás críticas dos cidadãos

Os cidadãos do estado francês não são mais morais que os do espanhol a diferença é que vivem num estado que funciona e no que as leis não são um paripé.

Poderia um cidadão na França defraudar no IVE e não passar nada? Poderia um negócio na França emitir facturas sem IVE, ou mesmo por dificuldades para emitir uma factura legal? Na Espanha é evidente que sim que se pode.

A conclusão não pode ser outra, isto é um disfiras para dissimular a natureza impresentavel do estado espanhol. Algo que calquera pode ver todos os dias de não olhar sistematicamente para outro lado. Algo que se viu no tratamento das vítimas dos desastres dos que era responsável o estado ou uma parte del: Angrois, metro de Valência, Spanair. Algo que se ouviu esta semana nas gravações do ministro do interior conspirando para espiar e desprestigiar a personagens da oposição —independentista por suposto—. Poderia-se recordar que um presidente dos Estados Unidos tivo que demitir por isso mesmo, mas não paga a pena. Porque, cantos ministros deste governo poderiam seguir em política em Estados Unidos, ou numa democracia europeia seria?

Não é um problema exclusivo da herança do franquismo, é que o anterior ao franquismo é muitas vezes, igual de impresentavel como por exemplo a lei hipotecária de 1912. Essa que faz que, na prática seja o tomador do préstimo o que se hipoteca e não o bem que supostamente serve de garantia. O toque moderno vem da mão dum parlamento espanhol que foi incapaz de incorporar a essa lei as medidas de proteção dos direitos do cidadão que exigia a legislação da União Europeia —essa banda de radicais anti-sistema— até que foi obrigado por uma resolução judicial —na Europa— e ainda assim não incorporou todas as proteções exigidas.

O estado espanhol é uma vergonha para calquer cidadão dele. Só que muitos não conhecem outra cousa. Não é raro que historicamente os espanhóis progressistas fossem afrancesados, a França era o referente que lhes quedava mais perto. Bastante mais grave é que, a dia de hoje, o estado português —que deixou de ser uma ditadura no 1974— tenha uma democracia de bastante mais qualidade que a espanhola. É grave mas não é um problema, a maioria dos espanhóis não sabem e não lhes interessa.

Cando aparecer este artigo já se saberão os resultados das eleições ao parlamento da Espanha, mas uma cousa que já se pode saber, mesmo antes de votar, é que não vai a haver uma maioria que rache duma vez por todas com este estado. E não equivocar-se, este estado não se pode reformar, há que tirá-lo e fazer outro ou sair-se del.

Não vai ser hoje nem passado manhã, mas todos os caminhos que levar a algures tomam o seu tempo. O importante é seguir a dar um passo detrás de outro. A fim de contas, quem ouvirá falar da CUP antes de 2010? E quem havia imaginar daquela que Catalunha ia viver um processo de independência da Espanha antes que Euskadi?


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Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo
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