Socialismo e Comunismo no século XXI

Socialismo e Comunismo no século XXI

Resulta evidente, para calquera que não apartar os olhos, que estamos a viver um final de ciclo. As cousas parecem ir cada vez a pior e ninguém tem alternativas concretas e críveis para melhorar a situação em que estamos.

A explicação é que o sistema capitalista está esgotado: a sua etapa de transformar o mundo rematou e agora só é quem de o destroçar. Não é que antes não fizera destroços é que os de agora não compensam nem para o próprio sistema, como o fracking. Mas o capitalismo não está numa situação de força, a situação é a contrária do que parece, mesmo supõe uma trava para o avanço científico e tecnológico.

O que está a manter o sistema é, sobre todo, que os que se lhe opõem não tem uma alternativa. É difícil construir um futuro melhor cando a maioria das pessoas não são quem de imagina-lo.

Pela contra, na economia as cousas são bem diferentes. Ao tempo que não parece haver uma alternativa política ao sistema capitalista, na economia está a haver provas de que há alternativas ao sistema.

A partir de agora cando fale de socialismo e comunismo estou a me referir aos sistemas de produção e não a uma ideologia política.

Marx definiu o comunismo na *Crítica do programa de Gotha*: De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades. Marx não chegou a dar uma definição do que entendia por socialismo nesse livro, a frase que se adoita citar é: De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas achegas ou seus méritos, deduziu-se dos racionamentos que aparecem no livro.

Cando Marx estudou o sistema capitalista, centrou-se nas indústrias que impulsavam desenvolvimento do sistema no seu tempo: têxtil, caminhos de ferro, produção de aceiro, química etc. Os sectores ponteiros: Informática, genética etc. para abreviar imos centrarmos na informática. Nestes sectores o capitalismo começa a ser um estorvo.

Ó socialismo já dá benefício: A Licença Apache/BSD é uma licença de software aberto que permite compartilhar só as partes que se desejar e deixar o resto como próprio, isto encaixa bem coa definição de socialismo. Um exemplo: o código base dos sistemas operativos de Apple emprega a licença BSD e pode-se descarregar e modificar livremente. Desde logo isto não inclui os elementos a Apple não lhe interessa compartilhar, que são muitos.

O comunismo não molesta ou é mesmo necessário: A princípios deste século o sistema operativo Linux, converteu-se na pratica no standard para servidores web. Linux está baseado na licença GPL, que exige compartilhar todo o código que se criar a partir dela, isto é na teoria e na pratica, um sistema comunista e, de feito, Microsoft fizera algo de escândalo co tema cando viu que lhe estavam a quitar mercado.

Esto não é só uma teoria. A princípio do século Apple baseava o seu software na licença BSD e Google em Linux, a principal empresa tecnológica que se baseava no código fechado era Microsoft. Na luta por dominar o sector da telefonia móvel: Google quedou coa parte maior, Apple quedou coa parte mais rendível e Microsoft quedou com nada, e ultimamente começou a sua própria iniciativa para empregar software livre. É escusado dizer que as empresas não estão a empregar estas licenças por que pretendem cambiar o mundo ou cousa semelhante, estão a emprega-las porque é o mais rendível.

Se a isto lhe agregarmos o problema que é o sistema de patentes a dia de hoje, para as próprias empresas. Começa a ficar claro que o sistema capitalista não resulta o mais ajeitado para os avanços na ciência e na tecnologia neste momento. Em termos de Marx, as relações de produção estão a estorvar o desenvolvimento das forças produtiva.

O socialismo e o comunismo são sistemas ou modos de produção diferentes. Tão diferentes como o feudalismo era do capitalismo. Com melhoras sobre o anterior mas também com injustiças e desigualdades. A relação é semelhante, pode haver ilhas de comunismo dentro dum modo de produção socialista ao igual que havia cidades dentro do modo de produção feudal. Co mesmo, é preciso um sistema socialista para que nele se produzir o desenvolvimento do comunismo até estar em condições de o substituir.

O socialismo não é um simples precursor do comunismo que remate durante a vida da geração que o estabelecer. É um modo de produção co seu próprio desenvolvimento e que não vai durar quinze dias. De botarmos contas de que o capitalismo leva durado uns dous centos anos como mínimo —mais bem séria o duplo— e contando coa aceleração do progresso tecnológico o socialismo não haveria de durar menos dum século, convém fazer-se a ideia.

Isto não implica que não haja problemas ou que o triunfo nos vaia cair na mão. As políticas de desmontar os serviços dos que depende a população ou o traslados de empresas a países com piores condições de trabalho não vão desaparecer soas. O que significa é que um sistema socialista é possível e avantajado, e não é pouco. A URSS passou toda a sua existência cum sistema político e económico que a deixava em des-avantaje e no que calquera nova ciência ou tecnologia inventadas no Ocidente Capitalista supunha um esforço para se por ao dia, conseguiu-se na carreira espacial e de armamento mas não no resto da economia, até que a extensão da informática deixou o sistema sem capacidade para responder. Agora há a possibilidade de que for o sistema socialista o que obrigasse ao capitalismo a se por ao dia, e não seria pouco.

Não há uma definição de como tem que ser um estado socialista, todo anterior é um intento de que sejamos conscientes de que temos que desenhar um. É o que nos toca.


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