Aprender da pandemia: A manifesta incompetencia da Xunta
Estava o Conselheiro de Educação, estes dias, a se felicitar polo excelente trimestre no que se refere ao Coronavirus. Compre recordar agora, que o curso começou uma semana mais tarde do previsto pola imprevisão da Xunta em aplicar medidas acordadas co ministério desde meses atrás e a sua reiterada negativa a contratar professores. Que só se resolveu, e ainda parcialmente, pola pressão das AMPAS.
Cando chegou o momento de dar instruções aos centros, a Xunta optou polo acreditado principio da burocracia espanhola: exigir o impossível para logo poder alegar que não se cumpriu. Assim, as instruções estabeleciam que os alunos tinham que se lavar as mãos ao entrarem e sairem do centro, nos cambios de classe, na entrada e saída do recreio. Se lhe sumamos a isto o tempo para desinfectar todo o material empregado resulta surpreendente que se chegasse a dar alguma classe, mas o certo é que se deram e que, nos centros educativos, se produziram poucos contágios e em muitos casos nenhum.
As medidas de educação não pararam o contágio, foram os alunos e professores dando-lhe prioridade à ventilação ou dito doutra maneira: passando frio coas fiestras abertas. Porque não há outra maneira de ventilação prevista nos nossos colégios e Institutos. Mas porque foi que isto funcionou?
Assim como os artigos de Tomás Pueyo foram imprescindíveis para entender a primeira fase da pandemia, agora são dous artigos de Zeynep Tufekci para The Atlantic. Dado que se publicaram há só seis e três meses, é provável que as nossas autoridades ainda não tivessem tempo de os ler. Mais em concreto:
We Need to Talk About Ventilation
O primeiro dos artigos falava principalmente dos aerossóis como via mais importante de contágio e da importância da ventilação e de sacar actividades ao exterior para evitar contágios. Como foram as medidas da Xunta?
As restrições idiotas à hotelaria. Exemplo de agora mesmo, os locais em zonas de risco só podem ter a metade das terrazas e fechado o interior. Porque a metade? A cousa é ainda pior se vemos o seguinte chanzo de ocupação: a metade das terrazas e um 30% do interior. Que parte de que há que sacar a gente fora não quedou clara?
Para acabar de arregla-lo temos uma campanha contra o botellon no DOGA, isto é la Voz, tanto em artigos com em cartas ao diretor indicando que isto não se pode consentir e cousas assim. De resultas, temos operações policiais a desarticular grupos de moços e moças que se reuniram para beber: na praia, nos montes da Marinha etc. As medidas não podem ser mais idiotas. Que parte de que há que sacar a gente á rua ainda não quedou clara?
Para entender porque isto é o contrário do que há que fazer temos que ir ao segundo artigo
This Overlooked Variable Is the Key to the Pandemic
A ideia fundamental deste artigo é que esta epidemia não se transmite de uma persoa a outra (como a gripe), arredor do 70% dos contágios não contagiam a ninguém. A COVID está a se espalhar por surtos, dos que procedem a maioria dos contágios. E que condições se precisam para um surto?
Fácil: interior com bastante gente, sem mascarilhas e durante tempo (várias horas é ideal). Ponto extra, se a gente está a cantar, falar em voz alta ou em geral o que fazemos os galegos cando estamos de troula.
Se estamos a multar á mocidade por beberem no exterior o que imos conseguir e que se reunirem para beberem no *interior*: num piso, num garagem etc; já está a passar. E a diferença entre interior e exterior e entre um contágio ou nenhum (lembrar outra vez: o 70% dos infectados não contagiam a ninguém) e um surto com quinze ou vinte contagiados mas o problema conseguinte para as famílias deles.
Outra ideia importante do artigo é que, se estás contagiado, é mais importante localizar a quem te contagiou e como (seguramente contagiou a alguém mais) que preocupar-se de a quem puideches contagiar ti (outra vez: o 70% dos infectados não contagiam a ninguém) salvo que estiveras num possível surto. Isto parece contrário a lógica mas funciona, é o método que estão a empregar no Japão e vai-lhes bastante melhor que a nos.
Como exemplo na Galiza, temos o surto dum ginásio na Corunha neste verão. Foram mais de quarenta contagiados e bem publicitado na prensa. O que não se publicitou em absoluto foi a explicação de como se produziu.
E não é que faltarem possibilidades: foi porque faziam exercício sem mascarilha? Ou si levavam mascarilha mas a ventilação era insuficiente? Ou não foi nada disso e foram as duchas? Ou era que vários compartilhavam carro? Ou tampouco foi nada disso e o problema era que depois do ginásio iam todos ao mesmo bar?
Todas estas hipóteses tem soluções, mas as medidas a tomar são diferentes. Se não sabemos como foram os contágios como imos saber que medidas tomar?. Claro que, para averiguar todo isso haveria que, já sabem, contratar rastreadores e mesmo —dizem alguns— haveria que lhes pagar. Inconcebível!
Em conclusão, a prioridade da Xunta não foi parar a pandemia; foi que não os pudessem achar em erro. E cal é a maneira mais segura de não cometer erros?
Obviamente, não fazer nada.
Cando chegou o momento de dar instruções aos centros, a Xunta optou polo acreditado principio da burocracia espanhola: exigir o impossível para logo poder alegar que não se cumpriu. Assim, as instruções estabeleciam que os alunos tinham que se lavar as mãos ao entrarem e sairem do centro, nos cambios de classe, na entrada e saída do recreio. Se lhe sumamos a isto o tempo para desinfectar todo o material empregado resulta surpreendente que se chegasse a dar alguma classe, mas o certo é que se deram e que, nos centros educativos, se produziram poucos contágios e em muitos casos nenhum.
As medidas de educação não pararam o contágio, foram os alunos e professores dando-lhe prioridade à ventilação ou dito doutra maneira: passando frio coas fiestras abertas. Porque não há outra maneira de ventilação prevista nos nossos colégios e Institutos. Mas porque foi que isto funcionou?
Assim como os artigos de Tomás Pueyo foram imprescindíveis para entender a primeira fase da pandemia, agora são dous artigos de Zeynep Tufekci para The Atlantic. Dado que se publicaram há só seis e três meses, é provável que as nossas autoridades ainda não tivessem tempo de os ler. Mais em concreto:
We Need to Talk About Ventilation
O primeiro dos artigos falava principalmente dos aerossóis como via mais importante de contágio e da importância da ventilação e de sacar actividades ao exterior para evitar contágios. Como foram as medidas da Xunta?
As restrições idiotas à hotelaria. Exemplo de agora mesmo, os locais em zonas de risco só podem ter a metade das terrazas e fechado o interior. Porque a metade? A cousa é ainda pior se vemos o seguinte chanzo de ocupação: a metade das terrazas e um 30% do interior. Que parte de que há que sacar a gente fora não quedou clara?
Para acabar de arregla-lo temos uma campanha contra o botellon no DOGA, isto é la Voz, tanto em artigos com em cartas ao diretor indicando que isto não se pode consentir e cousas assim. De resultas, temos operações policiais a desarticular grupos de moços e moças que se reuniram para beber: na praia, nos montes da Marinha etc. As medidas não podem ser mais idiotas. Que parte de que há que sacar a gente á rua ainda não quedou clara?
Para entender porque isto é o contrário do que há que fazer temos que ir ao segundo artigo
This Overlooked Variable Is the Key to the Pandemic
A ideia fundamental deste artigo é que esta epidemia não se transmite de uma persoa a outra (como a gripe), arredor do 70% dos contágios não contagiam a ninguém. A COVID está a se espalhar por surtos, dos que procedem a maioria dos contágios. E que condições se precisam para um surto?
Fácil: interior com bastante gente, sem mascarilhas e durante tempo (várias horas é ideal). Ponto extra, se a gente está a cantar, falar em voz alta ou em geral o que fazemos os galegos cando estamos de troula.
Se estamos a multar á mocidade por beberem no exterior o que imos conseguir e que se reunirem para beberem no *interior*: num piso, num garagem etc; já está a passar. E a diferença entre interior e exterior e entre um contágio ou nenhum (lembrar outra vez: o 70% dos infectados não contagiam a ninguém) e um surto com quinze ou vinte contagiados mas o problema conseguinte para as famílias deles.
Outra ideia importante do artigo é que, se estás contagiado, é mais importante localizar a quem te contagiou e como (seguramente contagiou a alguém mais) que preocupar-se de a quem puideches contagiar ti (outra vez: o 70% dos infectados não contagiam a ninguém) salvo que estiveras num possível surto. Isto parece contrário a lógica mas funciona, é o método que estão a empregar no Japão e vai-lhes bastante melhor que a nos.
Como exemplo na Galiza, temos o surto dum ginásio na Corunha neste verão. Foram mais de quarenta contagiados e bem publicitado na prensa. O que não se publicitou em absoluto foi a explicação de como se produziu.
E não é que faltarem possibilidades: foi porque faziam exercício sem mascarilha? Ou si levavam mascarilha mas a ventilação era insuficiente? Ou não foi nada disso e foram as duchas? Ou era que vários compartilhavam carro? Ou tampouco foi nada disso e o problema era que depois do ginásio iam todos ao mesmo bar?
Todas estas hipóteses tem soluções, mas as medidas a tomar são diferentes. Se não sabemos como foram os contágios como imos saber que medidas tomar?. Claro que, para averiguar todo isso haveria que, já sabem, contratar rastreadores e mesmo —dizem alguns— haveria que lhes pagar. Inconcebível!
Em conclusão, a prioridade da Xunta não foi parar a pandemia; foi que não os pudessem achar em erro. E cal é a maneira mais segura de não cometer erros?
Obviamente, não fazer nada.