Xogadoras de xadrez
A passada quarta feira, dia 1 de Março, no meio do debate no parlamento europeu ao respeito da fenda salarial entre homens e mulheres, um debate mais sobre a conciliaçom e a corresponsabilidade, e sobre a questom de que as responsabilidades em empresas e sector público devem ser atribuídas por capacidade e mérito, sem que o feito de ser mulher suponha umha penalizaçom. Um eurodeputado polaco que nom merece nem lembrar o seu nome, dizia no parlamento europeu que as mulheres mereciam ganhar menores salários que os homens, e justificava-o em base à inferioridade física e também à mental, que ele discernia da inexistência de mulheres entre os cem primeiros xadrezistas do mundo. O mais grave de todo isto nom é que um energúmeno da ultra-direita europeia diga isto, nem sequer que o diga no parlamento europeu. O mais grave e que ele é o alto-falante do que umha grande parte da sociedade pensa.
Mas, isto nom é mais que a soma de preconceitos e distorçom na educaçom desde que somos crianças, desde o momento que nascemos, e ainda que evidentemente nom tem nengumha razom biológica, nem química nem fisiológica si que gostaria de comentar.
,Os seres humanos somos umha espécie mais dos primates antropomorfos, e como o resto delas presentamos dimorfismo sexual, isto quere dizer, diferença de tamanho entre homens e mulheres, é parte da estratégia evolutiva que permitiu que chegáramos até onde estamos. Este dimorfismo sexual significa que os homens som mais grandes que as mulheres, som mais altos, tenhem maior massa muscular, pesam mais e incluso tenhem o cérebro mais grande. É evidente que morfologicamente somos distintos, do mesmo jeito que som morfologicamente distintas as “raças” humanas. Ademais da diferença morfológica física há algumha diferença mais, pois si, também há diferenças fisiológicas devido ás diferenças hormonais. Mas nem a valia de umha pessoa é conseqüência do seu tamanho corporal ou a sua força, nem muito menos a inteligência o é do maior tamanho do seu cérebro. Por certo, e aqui quero fazer um alto, o Homem de Neanderthal tinha umha capacidade craniana maior que o sapiens, 200 cc mais, hoje estám extinguidos e nós, os sapiens, seguimos aqui. As diferenças fisiológicas e/ou biológicas entre homens e mulheres como géneros diferentes, nom som maiores das que há entre homens e mulheres dentro do seu próprio género.
As conseqüências que se podem tirar das diferenças físicas, nom vam mais alá da limitaçom para realizar algumhas tarefas dependendo do tamanho ou força requerida. Para ser jogador da NBA precisa-se grande altura, mas na uniom soviética dos anos quarenta os T-34 que expulsaram de leste de Europa ás divisons panzer foram manejadas por homens de menos de 1,70, senom nom entravam no carro de combate.
Mas, no que di o deputado polaco há um pequeno/grande detalhe, ele nom propom em nengum momento que os homens cobraram segundo a sua talha física ou força, nem sequer que o figeram segundo o seu IQ. Nom fala das diferenças entre pessoas, e que sejam estas diferenças as que determinem o salário. Nom, nom é problema de tamanhos, forças ou inteligências, é um problema de homens/mulheres. É um problema de discriminaçom sexual, é simplesmente machismo. Simplesmente que um homem, polo feito de ser homem, é superior a umha mulher, seja esta de qualquer condiçom.
Na nossa sociedade actual todo o mundo identifica o racismo ou a xenofobia como atitudes negativas, nom há umha contraposiçom com outro termo. Som negativos sem mais porque identificam atitudes discriminatórias contra outras pessoas por motivos irracionais. Mas no caso do machismo, nom há essa identificaçom imediata como termo negativo, incluso, si se busca a confrontaçom com outro termo e deturpa-se o significado de feminismo para o utilizar como contrário. Feminismo como contrário de machismo e vice-versa. Este jogo com a terminologia nom é inocente, o que busca é a criminalizaçom do feminismo como ideologia anti-discriminatória e de libertaçom. O desemmascaramento do machismo e a luita contra dele é tarefa de todos e todas, a sociedade humana nom merecera chamar-se tal até que todos e todas as que a conformamos sejamos iguais.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo: As valoracións e opinións contidas nos artigos das nosas colaboradoras e dos nosos colaboradores -cuxo traballo desinteresado sempre agradeceremos- son da súa persoal e intransferíbel responsabilidade. A Fundación e mais a Unión do Povo Galego maniféstanse libremente en por elas mesmas cando o consideran oportuno. Libremente, tamén, os colaboradores e colaboradoras de Terra e Tempo son, por tanto, portavoces de si proprios e de máis ninguén.