Tempo e clima


E muito habitual generalizar do concreto e concretizar do geral, no caso do clima e a meteorologia este intercambio realiza-se com demasiada freqüência, e leva a situaçons que às vezes sobre-passam o disparate para chegar a ser perigosas.

Antes que nada aclarar que a meteorologia (o tempo) estuda os fenómenos atmosféricos e a sua relaçom com a superfície da terra e do mar, num intervalo de tempo curto. A climatologia é a ciência que estuda o clima, e estuda o estado atmosférico (chuva, temperatura, ventos...) e a sua influência no médio terrestre e e marinho e nos seres vivos, num período nom inferior a 30 anos.

O mais grande problema para a prediçom meteorológica (como bem podemos comprovar apesar de todos a meios que há na actualidade), é a multifactorialidade da sua origem. E se há que ter em conta múltiplos factores à hora de determinar a meteorologia para uns dias concretos com menos de umha semana, muito mais complexo é determinar a evoluçom concreta do clima.

Mas compreendendo o conceito básico, que devera ser claro. Nom fica tam claro que o seja quando observamos a informaçom, especialmente nos médios de comunicaçom, já sejam escritos ou audiovisuais, no que a meteorologia se refere e à mistura dos termos clima e meteorologia como se foram o mesmo. Cada vez que temos chuvas continuadas, ou um período de tempo seco, ou de calor ou frio mais prolongado do “normal” começam a dar um tempo extra nos informativos e a comparar estatísticas, entrevistam a quatro um cinco velhos “que nom lembram cousa igual” e aparecem “especialistas” que explicam que é polo “cambio climático”. É raro o dia que nom há informaçons de inundaçons, grandes nevadas, tornados, tufons, e cada um deles é o maior e mais destrutivo da história, até que começamos a mirar. Estes dias estamos a ouvir que com a falta de chuvas deste ano vamos começar a ter restriçons. Por por um exemplo, a barragem das forcadas que subministra a concelhos da ria de Ferrol está agora mesmo ao 73%, no ano 1989 a estas mesmas alturas do ano havia cortes de agua e chegou-se a valorizar fazer umha transferência do rio jubia, nem os mais velhos se lembram...

Quere isto dizer que eu questiono o cambio climático e o aquecimento global?, nom, de nengumha maneira, e nengumha pessoa minimamente sensata, com todos os dados que existem pode fazê-lo. Mas há que ser sério quando se dam as informaçons, incluso a nível climático a evoluçom nom é linear. Quando se di que em Europa desde a última glaciaçom (rematada há uns 10.000 anos) nunca houvo um período de tempo tam cálido esta-se a mentir. O clima de Europa nos séculos X, XI, XII e XIII era mais quente que agora, quando os viquingos criam assentamentos na Groênlandia e ponhem esse nome (terra verde), nom é porque o clima fora igual que agora. A partir do século XIV o clima esfria, chegando a um máximo a começos do século XIX no que o rio Támesis se congelava. Mas se miramos a tendência geral desde o remate da última glaciaçom, esta é o aquecimento, e a nível climático é o que importa, independentemente de se houvo períodos mais ou menos longos de clima quente ou outros de clima frio.

Agora, já desde a metade do século passado e com mais claridade neste que estamos há umha clara tendência ao aquecimento, e com umha mais que evidente origem antropogénica. Mas isto nom quere dizer que cada verám que chegue seja mais quente que o anterior, nem cada inverno menos chuvoso. O que si é muito provável é a inestabilidade meteorológica, provocada porque a actividade humana é um mais desses factores que determinam a meteorologia e finalmente o clima, e é provável que algum desses fenómenos atmosféricos (chuvas, tornados...) seja o mais grande da história conhecida, mas só algum.

Si lhe chamamos às cousas polo seu nome, é mais fácil compreender o que acontece e também desbotar o sensacionalismo para ficar com a informaçom real no que a meteorologia se refere. Quando a memória falhe, cousa que com respeito ao tempo e muito comum, sempre temos a possibilidade de consultar a hemeroteca, que é mais eficaz que a memória dos mais velhos e velhas do lugar. Em qualquer caso o tempo sempre estivo algo tolo, e o pior é que agora estamos a lhe transferir grande parte da nossa tolearia.