Oculta, mente e criminaliza
Hoje, a estas horas, um grupo de mariscadores e mariscadoras da Confraria de Baralhobre com apoio de Ferrol estám a campados diante da delegaçom da Junta de Galiza em Ferrol reivindicando a recuperaçom da ria para poder mariscar.
Ainda que a situaçom de degradaçom das rias é algo que já comentei com anterioridade, tendo em conta as últimas actuaçons da Conselharia do Mar, e por extensom de toda Junta. Assim como o uso dos meios de comunicaçom (com algumha honrosa excepçom local), desformando, manipulando e tergiversando ao serviço da política da Conselharia, vexo necessário tratar um tema que vai muito mais alá de um simples conflito laboral.
Oculta. Porque desde a Conselharia sempre se obvia o problema real, que nom é outro que a inexistência das EDAR (estaçons depuradoras de aguas residuais) ou o nom funcionamento adequado. Isto ocasiona que a maior parte das rias galegas estejam mais ou menos degradadas e com zonas C, mas ao fim todas estám "tocadas". Há um caso grave como é a ria da Corunha, e o gravíssimo da ria de Ferrol onde segundo a época do ano chegamos a ter até o 75% da superfície de toda a ria em zona C, o 95% de toda a superfície dos bancos marisqueiros.
Esta é a razom, junto aos recheios sem controlo e/ou rigor. Esta combinaçom de preguiça e desprezo na defesa dos nossos recursos, levada a cabo por quem tem a obriga de protege-los e que tem nas suas mas o dinheiro que nos lhes damos para executar as acçons necessárias, nom tem justificaçom. Houvo o dinheiro para face-lo e nom se fixo. Mas, se quem tem que proteger os recursos nom o fai e que os seus objectivos evidentemente som outros.
Mente. Como nom interessa a verdade porque sairiam bastante comprometidos, começa a festa da desformar a informaçom e da mentira. Aí já aparece o dinheiro que antes nom aparecia. Meios de comunicaçom, alguns deles com boas subvençons, prestam-se a falar dos grandiosos logres da Conselharia do Mar, dos esforços que fam para melhorar, e do difícil que lho pom Madrid e Bruxelas. A conselheira aparece aqui e alá, sempre em confrarias afins, dase-lhe voz só aos que aplaudem á conselharia, ocultam a realidade, justificam a falta de pagos com a crise.
Dedicam dias e páginas a falar da saída que busca a Conselharia para rematar com os problemas da zona C, unha batea que nem sequer existia, da igual, já a venderam varias vezes. Ademais, rematar com o problema das zonas C sem elimina-las?, umha grande habilidade!. Em vez de pagar aos mariscadores polos trabalhos para regenerar o irregenerable, gastamos o dinheiro numha batea que gerirá ???, e seguimos sem eliminar as zonas C nem reparar os seus prejuízos.
O desvio da atençom do problema principal, a inculpaçom de outros, e vender como soluçons o que nom som mais que, no melhor dos casos um despilfarro com apanho para algum amigo. Som a parte menos perniciosa de todo este processo. O verdadeiramente macabro começa quando os que tinham que ser os defendidos por ser os mais prejudicados, passam a a ser os culpáveis.
,Criminaliza. Comentava ao começo que hoje com apoio da Confraria de Ferrol, há um grupo de mariscadores e mariscadoras da Confraria de Baralhobre acampados pedindo o saneamento da ria para poder trabalhar. Levam desde agosto sem cobrar polos trabalhos de regeneraçom. Nom som os únicos, som mariscadores e mariscadoras de varias confrarias e rias os que estám sem cobrar. Hoje escoitei na radio ao presidente Feijoo dizer que no conselho da Junta já se desbloquearam os pagos devidos ás confrarias para as "subvençons" polas zonas C, e que estavam em vias de atopar umha soluçom para rematar com esta situaçom (volvemos á batea, nom á depuraçom claro).
Umha informaçom que pode parecer neutral mas nom o é. Subvençons, que subvençons?. Os mariscadores estám a levar a cabo trabalhos de regeneraçom coas suas ferramentas de trabalho porque nom tenhem outras, fôrom quem incluso de desenhar algumha nova e executar trabalhos com elas com bastante eficácia. Ademais estám a realizar translados de marisco a outras zonas onde podam ser extraídos posteriormente. Nom estám subvencionados, estám sendo pagados por uns trabalhos que tinha que ter feito a Junta com a maquinaria e os meios adequados depois de estar feitas as EDAR, para que os mariscadores puderam exercer o seu trabalho com normalidade.
É esta a situaçom na que nos atopamos na actualidade. Os mariscadores nom podem extrair marisco para a venda das zonas C por nom estar construídas as EDAR, realizárom-se convénios entre a Junta, Confrarias e sindicatos, assinados e orçamentados a finais do ano passado para realizar os pagos polos trabalhos de regeneraçom, limpeza e translados. Estes pagos atrasam-se continuamente durante todo o ano até chegar neste momento a mais de um mês. E quando os mariscadores solicitam cobrar, a resposta que há é que nom há dinheiro. Quando a situaçom é desesperada e saem á rua a pedir o que é deles aparece a equipa mediática (aqui si chega o dinheiro), buscando o incidente, manipulando as declaraçons, o ângulo ideal na foto, a noticia manipulada. Expondo-os como gente violenta que está a exigir cobrar subvençons em plena crise, viver do conto sem trabalhar. Ao fim uns privilegiados e privilegiadas que utilizam o seu poder colectivo contra os seus vizinhos e roubam á Junta o dinheiro de todos e todas nos para viver do conto.
Mas a realidade é que estám a defender o seu meio de vida, que ademais é riqueza do pais, porque da limpeza das rias nos beneficiamos todos e todas. Querem como qualquer outro viver do seu trabalho, e quem tem que procurar que isso se poda levar a cabo os criminaliza e desprestigia para amparar umha política pesqueira e marisqueira que nada tem que ver com o desenvolvimento, sustentabilidade e criaçom de riqueza mais que para os seus amigos da grande altura, piscicultura industrial e algum que outro chiringuito associado.
É preciso rematar as EDAR, é preciso recuperar a nossa capacidade produtiva marisqueira e pesqueira. Galiza nom pode renunciar ao mar.