O que está morto non pode morrer

O que está morto non pode morrer
“O que está morto nom pode morrer”, era a frase que repetiam os habitantes das Ilhas do Ferro na série Jogo de Tronos. Utilizo-a porque é mui adequada para definir os vírus. Nom escrevo isto com intençom de dar umha liçom de como atuar fronte ao coronavírus nem muito menos, (esse é o seu nome, e nom coroavirus do mesmo jeito que também nom é crownvirus), senom de dar algumha informaçom para poder compreender melhor o que é. Nem a indiferença absoluta é boa, nem o pânico e o medo levam a atuar racionalmente.

Primeiro há que saber o que é um vírus. Os vírus som umha simples cápsula que guarda um material genético (ADN ou ARN), nom se podem alimentar nem reproduzir por si mesmos (condiçons necessárias para definir um ser vivo) e necessariamente tenhem que parasitar células (animais, vegetais, fungos ou bactérias) para o fazer. Nom estám vivos, polo tanto nom podem morrer, por isso os antibióticos nom servem com eles. É precisamente essa estrutura tam simples o que os fam tam perigosos, sobre todo pola sua capacidade de mutar. Quando o ADN ou ARN se duplica (processo necessário necessário para a reproduçom celular) pode haver erros (mutaçons), mas todas as células tenhem “mecanismos” para reparar esses erros, que ainda que nom som infalíveis, fam mui difícil que umha mutaçom vaia adiante, no caso dos vírus esse mecanismo nom existe. Som necessariamente más as mutaçons?, nom tem porque, mas às vezes si o som, é raro o ano que nom aparece um novo vírus da gripe (mutado) às vezes som piores e outras nom, por isso as vacinas do ano anterior nom servem. A melhor maneira de evitar umha enfermidade vírica som as vacinas, mas leva o seu tempo elabora-las e quando há umha mutaçom nom valem.

Também há já alguns medicamentos que podem controlar alguns tipos de vírus, os mais conhecidos, o caso da SIDA ou com maior êxito ainda o utilizado contra a hepatite C. Em qualquer caso a maior dificuldade de controlo dos vírus é devida ao nom ser seres vivos.

Temos polo tanto vírus, no caso do COVID-19 um coronavírus (um dos tipos de ARN vírus), que podem produzir enfermidades e com umha elevada taxa de mutaçom. A maior quantidade de pessoas contagiadas, maior quantidade de vírus, polo tanto maior é a probabilidade de mutar, entre outras cousas de aí a importância de controlar a sua expansom. Os vírus normalmente som específicos, é dizer atacam a umha só espécie, mas às vezes dam o passo de umha espécie a outra, como ocorreu no ébola, em várias gripes, a sida ou neste caso o COVID-19, há umha mutaçom que permite esse passo. Ante umha enfermidade nova o corpo atua ativando o sistema imunológico, se a pessoa enferma sobrevive fica imunizada, nom volta a desenvolver a enfermidade ainda que for contagiada, esse é o método utilizado para criar as vacinas.

No caso do COVID-19 na China, deu o passo de um animal (ainda desconhecido) aos seres humanos, ao ser novo há umha alta taxa de infecçom. O efeito no ser humano é o de umha pneumonia leve, similar a umha gripe. Mas quais som os problemas num caso como este. Quando há umha epidemia (enfermidade que se propaga com rapidez numha populaçom determinada) há vários fatores a ter em conta, e que podem favorecer ou limitar a sua expansom.

Método de contagio. No caso do ébola há que ter contacto direito com fluidos corporais, ou na SIDA na que é ainda mais difícil o contágio por precisar contato direito com sangue ou fluidos sexuais. No caso da gripe ou o COVID-19 o contágio é por espirros ou ao falar perto de alguém por pequenas pingas de saliva ou por contato direito.

Tempo de incubaçom. É mui importante, um período de incubaçom curto permite localizar rapidamente a origem, um período longo permite umha expansom elevada até localizar a origem. No caso do SIDA este é um período muito longo de aí a perigosidade, até que umha pessoa desenvolve os primeiros sintomas pode ter infectado a muitas pessoas. No caso da gripe é um período curto, mas no caso do COVID-19 é de arredor de 15 dias, isto permite umha rápida expansom até que aparecem os primeiros enfermos.

Mortalidade e grupos de risco. Normalmente a mortalidade nom é igual para os diferentes secçons de idade e/ou sexo. No caso do COVID-19 parece que aumenta com a idade a mortalidade é maior em homes que em mulheres, as percentagens som baixas, de entre o 0,7 e 3% de média, ainda que em maiores de 80 anos quase chega ao 20%. No caso da gripe espanhola (1918-1919) matava especialmente gente nova de entre 20 e 30 anos, a partir de umha mutaçom.

Pandemia. Chama-se pandemia quando umha epidemia converte-se em global, é dizer aparece em todo o planeta. A gripe comum é umha pandemia, mas que apenas tem umha mortalidade significativa. Mas o último caso de pandemia global letal foi a gripe espanhola (1918-1919) que com umha taxa de mortalidade de entre o 10 e o 20% matou a entre 40 e 100 milhons de pessoas. É dizer nom por ser pandemia é mais letal, mas si aumentam as possibilidades de se contagiar e de que o vírus mute.

O COVID-19 tem toda a aparência de provocar umha enfermidade similar à gripe, com umha taxa de mortalidade baixa, mas é um vírus nom conhecido ainda, é a primeira vez que se expande, todo indica que umha vez superada a infecçom rematou todo, mas nom tem porque ser assi, há enfermidades víricas que umha vez superadas, anos depois voltam aparecer igual ou provocam outras enfermidades. É preciso conhecer o inimigo, nom há porque entrar em pânico, mas também nom é umha brincadeira, é preciso tomar precauçons, evitar o contagio e nom participar na sua expansom, polo menos até que exista umha vacina, porque o COVID-19 véu para ficar.