O ar o mar, fluidos em movimento

O ar o mar, fluidos em movimento

O primeiro que viram os astronautas ao sair da terra foi a sua cor, a terra é azul porque as três quartas partes dela som água. As três quartas partes, e com umha profundidade meia de arredor de 5.000 metros, umha imensa massa que nom é estática e que tem umha grande influência no clima do planeta.

Som muitos e diversos os movimentos do mar, correntes em profundidade e superfície, movimentos constantes e movimentos bruscos, periódicos e aleatórios. Alguns os percebemos directamente como as mares e outros indirectamente a travesso do clima.

Mas eu só quero falar dos movimentos que afectam à Galiza. Já o dixem mais dumha vez e repito-o por ser umha realidade, temos um mar muito rico. Umha das costas mais produtivas do mundo, mas que a gente de além mar nom compreende ou compreende e por isso nom nos deixam trabalhar. Nos mudamos o entorno e o entorno muda-nos a nos. Por efeito da corrente do golfo de México temos um clima muito morno, há que pensar que por latitude estamos à mesma altura que o norte de EEUU, à metade de caminho entre Terranova e New York. E este clima chega até os limites da meseta, Espanha é outra cousa, também no clima.

Esta corrente do golfo polo tanto permite ter um clima suave com chuvas importantes criando assim as condiçons para umha agricultura e gaderia muito produtivas, de novo os mesetários nom gostam e impedem produzir. E os ventos de verao do nordes provocam umha outra corrente marinha, provocam a elevaçom de água central noratlântica (mais de 1.000 m. de profundidade), fria, como podemos perceber nas praias no verao, mas cheia de nutrientes. De novo a combinaçom do ar e o mar traim riqueza à nossa costa. Há gente que estando aqui, nom sei se polo vento ou pola chuva, nom é capaz de perceber nada da riqueza da nossa terra, e só vê e escoita o que acontece na meseta, de onde vem um vento totalmente improdutivo e que quando sopra só trai frio e umha cançom que di, nom sodes nada, nom sodes nada...

E verdade que os ventos do sudoeste em inverno podem ser muito fortes, bem o sabe a gente do mar, mas a alguns semelha que lhes revirou a cabeça e nom podem ver a sua terra, incluso esquecem a sua língua.

De todos os movimentos do mar o mais evidente é o das marés, mas ainda que em galego existe a expressom, encher o mar, a maré nom deixa de ser umha onda. Todos e todas conhecemos as ondas, que batem contra a costa ou rompem nas praias, produzidas polo vento chegam à costa e ao diminuir a profundidade elevam-se e rompem. A maré é umha grande onda que recorre todo o planeta, a deformaçom do mar produzida polo efeito combinado da atracçom que o sol e a lua exercem sobre o nosso planeta. Segundo a posiçom desses dous astros as marés podem ser vivas ou mortas. As marés permitem que exista umha grande quantidade de seres vivos que vivem nesta ou desta zona de “transito”, mais nom devem enganar a ninguém, sobem e baixam, vivas ou mortas com o passo do tempo todo permanece igual, nada muda. Umha aparente mudança que nada muda, por muito que impressione o mar quando está arriba ás seis horas volve baixar, sempre o mesmo. Para os que tenhem o pescoço desvirado impressiona muito, mais para os que sempre vimos este movimento sabemos que todo fica igual. Só há umha cousa, há quem quando a maré está baixa saca muito proveito dela, recursos que rematam maioritariamente nas mesas mesetárias.

Ainda que todo parece que permanece estável, ou com movimentos cíclicos que nada mudam, chega o inverno e é a época em que ocorrem as tempestades, as mais fortes agora ciclo-gênesis, que permitem pequenas mudanças, alteraçons na costa e no interior ás vezes radicais que provocam modificaçons importantes. O efeito combinado de vento e mar tem a capacidade de endireitar alguns pescoços para que de novo as pessoas podam acreditar na capacidade da nossa terra. Ainda que o vento do leste sopre forte e traia ar seco e frio de Espanha, agora é um desses momentos, há que aguantar, sabemos que os temporais vam vir.

Fica ainda um movimento marinho, muito estranho na Galiza mais nom impossível, tem a capacidade de o mudar todo, polo tanto endireitar todos os pescoços. Esse é o tsunami, umha onda marinha brutal produzida por um acontecimento extraordinário, um sismo no mar ou a caída dum meteorito. Muito rápida e quase inapreciável no mar, mas quando chega à costa eleva-se e traslada toda a sua potencia terra adentro mudando-o todo, depois do tsunami nada é igual. Na Galiza nom há registos recentes de tsunamis, mas iso nom quere dizer que seja impossível. E chegará, mas chegará desde o mar cara à meseta, porque da meseta nom vai vir nada com a capacidade transformadora que tem o mar. Contra o que muitos e muitas pensam o tsunami nom é caos, rompe o que há para construir depois um mundo novo. Só o tsunami tem capacidade para o mudar todo.

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Nota da Fundación Bautista Álvarez, editora do dixital Terra e Tempo
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