Natal ou Solstício
O de se apropriar dos deuses ou festas dos sítios conquistados nom é novo do cristianismo, já o figeram os romanos que iam engadindo e romanizando os deuses dos territórios conquistados. Nem sequer o cristianismo foi a única religiom que o fixo, mas é a que a nós nos afecta e a que universalizou tradiçons pré-cristais trocando nomes e camuflando-as de culto religioso.
Ainda nom rematamos as festas de Natal, hoje universalizadas, nas que nasceu Jesus Cristo?, chegaram os reis magos?. Ou o que estamos a celebrar é outra cousa muito anterior ao cristianismo?. Hoje, no que todo está mercantilizado e até a cor da roupa do Pai Natal foi posto por coca-cola, perde-se um pouco o caracter religioso “oficial” para o mudar todo numha festa de consumo, mas nom se questiona nem o nacimento de Jesus Cristo nem os Reis Magos.
Que é entom o que estamos a celebrar estes dias?. Como todas as religions monoteístas, o cristianismo parte das religions politeístas anteriores que por simplificaçom fam umha escolha única, e esta recae no deus mais importante em todas as culturas da terra, o deus sol. Desde Horus em Egipto a Krishna na Índia ou Mithra em Pérsia, repete-se o mesmo patrom. Como todos os povos que adoravam ao sol celebravam o solstício de inverno (21 de Dezembro, o dia mais curto do ano) e o seu nascimento, a partir de aí os dias eram mais largos e a noite minguava. É por isso que o nascimento de Jesus Cristo foi posto o 25 de Dezembro, mas o que celebramos é o solstício, o que celebramos é o nascimento do sol. Em todos os deuses comentados o relato é o mesmo e o nascimento em todos eles é também o 25 de Dezembro, dia no que começa o deslocamento do sol cara o norte.
A figura dos reis magos também existe em outras religions, mas houvo que esperar até a idade média para que de entre as dúzias de evangelhos, a igreja católica escolhera aos quatro do novo testamento, e de aí sacara a figura dos reis magos, também se decidiu que foram três, e os presentes que levaram.
Há ainda umha terceira celebraçom nestas datas, o dia dos santos inocentes, mas que é umha tradiçom católica espanhola e como tal só se celebra em Espanha e antigas colónias espanholas. No resto da Europa, do mesmo jeito que ocorria na Galiza até nom há muito, esta dia celebra-se o 1 de Abril Poisson d'Avril ou April fools' day som os nomes em França ou para os anglosaxons, ou o dia da mentira em Portugal e Brasil. Baseada num feito bíblico, que nom aparece registado por nengum historiador romano (Na morte de todos os primogénitos) é que o catolicismo espanhol celebra este dia.
Mas na Galiza nom só nom existiam os santos inocentes e si o um de Abril, senom que também igual que outros povos Europeus nom precisávamos dos reis magos para trair os presentes. A figura do Apalpador como o Olentzero em Euskal Herria e outros por toda Europa, perde-se nos tempos, ainda que a religiom intentou unificar baixo os reis magos e o Pai Natal, nom som os nossos. Nom é nada novo esta forma de proceder da Igreja, desde a apropriaçom de mitos e deuses, a cristianizaçom de deuses como santos cristians e incluso a apropriaçom física de espaços e lugares sagrados. Muito do nosso santoral já existia com outros nomes antes de que os cristians chegaram à Galiza. Muitas igrejas e ermidas estám construídas onde antes havia já sítios de culto a outros deuses ou zonas “sagradas”.
Em qualquer caso, como festas que som há que tratar de o passar bem e aproveitar se ademais se tem algum dia de férias. Mas há que chamar ás cousas polo seu nome, celebrar o solstício, o deslocamento do sol cara o norte. E o dia da mentira ou dos tolos deixa-lo para o 1 de Abril que para isso seguimos a ser galegos e galegas.
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