Mariscadores e mariscadoras de Baralhobre. Umha loita pola supervivência e a dignidade
Um exemplo que anima seguir na luita na defesa dum sector que é fundamental para o nosso pais
O dia 30 de Abril as mariscadoras e mariscadores de Baralhobre levantavam o peche no concelho de Fene. Fôrom 31 dias nos que a maior parte dos sócios e sócias da Confraria passárom polo baixo do edifício onde estivérom pechados. Nom é por desgraça a fim do caminho, foi umha mais da longa trajectória de loita para poder produzir e viver do seu trabalho. Tampouco foi um simples peche, ao longo deste mês desenvolvêrom-se, cortes de tráfico, concentraçons, roldas de prensa, comunicados aos meios, reparto de informaçom e até umha “caravana” reivindicativa ao longo de todos os concelhos da ria.
Mas comecemos polo principio. Como já comentei noutros artigos todas as rias galegas estám contaminadas, mais ou menos, a ausência de depuradoras de aguas residuais, recheios, a localizaçom inadequada de indústrias e sem controlo ambiental das suas actividades fam que as aguas mais produtivas de toda Europa sejam as mais contaminadas. Isto por suposto nom é por azar, tem responsáveis.
Mas a situaçom da ria de Ferrol é a pior com muita diferença. Os principais bancos marisqueiros estám em zona C permanentemente (elevada contaminaçom por bactérias fecais), e o resto dependendo da época do ano estám na mesma situaçom. Em Janeiro de 2006 começa-se a aplicar a normativa comunitária que impede a comercializaçom direita de marisco procedente de zona C, mas a Conselharia de Pesca (nesse momento em maos do PSOE) nom fai nada e permite continuar a extracçom. Chegado o mês de Dezembro, com a autorizaçom da Conselharia de pesca continua o marisqueio mais umha inspecçom de sanidade bloqueia o marisco e multa ás confrarias de Baralhobre e Ferrol por comercializar marisco procedente de zona C, aqui começa o conflito.
Já levavam anos de contínuo declive na extracçom polo destruiçom dos bancos marisqueiros, cada vez menos mariscadores e cada vez menos marisco. Mas a proibiçom de extracçom nom era tolerável, nom podiam pagar os mariscadores e mariscadoras pola negligência dos responsáveis dos bancos marisqueiros (Conselharia de Pesca), e dos que nom construíram as EDAR. Depois de intensos dias de mobilizaçons, em Janeiro de 2007 chega-se a um acordo, o “Plano de dinamizaçom marisqueira da ria de Ferrol”, a traves do mesmo as mariscadoras e mariscadores das confrarias de Baralhobre, Ferrol e Mugardos desenvolveriam umha série de trabalhos (limpezas, cavados, arados, translados...) de mantimento e recuperaçom dos bancos marisqueiros nas zonas C (polos que cobravam um dinheiro calculado segundo a meia dos ingressos dos últimos anos), combinados com extracçom nas zonas B quando fora possível.
Este plano mantivo-se desde o ano 2007 até o 2009, com ligeiras variaçons. Desapariçom de TRAGSA (que levava grande parte do dinheiro), e a adequaçom dos trabalhos que se realizava em reunions técnicas mensais. No ano 2010 começam os problemas, mas é no 2011 quando todo se desmorona. Do acordo anual passou-se a um acordo trimestral que a Conselharia mantivo os dous primeiros trimestres com muitos problemas e atrasos nos pagamentos. A partir de Junho acabou-se todo, a conselharia da por rematado o plano, e o 30 de Julho unilateralmente apresenta a bateia de depuraçom. Segundo a conselheira todo estava solucionado, a pedra filosofal das zonas C!, ia transformar o marisco contaminado em marisco limpo e a o mesmo ou melhor preço que o resto. O ano rematou sem ver a bateia e trás meses de loita retomou-se parcialmente o plano de dinamizaçom marisqueira da ria de Ferrol. A iniciativa do BNG votou-se no parlamento galego a continuaçom dum plano que permitira o mantimento do marisqueio na ria de Ferrol e as ajudas necessárias para manter um salário digno, apoiado polos outros dous grupos apenas tardárom em incumpri-lo.
Os mariscadores e mariscadoras nom estivérom parados. Na Primavera deste ano apresentam conjuntamente entre as confrarias de Baralhobre, A Corunha e Ferrol, o manifesto para a recuperaçom das rias e das costas galegas, começando umha recolhida de assinaturas para exigir a depuraçom das rias e dos seus bancos marisqueiros. Desde o segundo semestre de 2011 a loita é permanente, tanto como os incumprimentos e mentiras da Conselharia. Concentraçons, manifestaçons, peche da ria, e em outono de 2011 durante várias semanas um acampamento no centro de Ferrol diante da delegaçom da Junta. Mariscadores e mariscadoras de Baralhobre passam o dia e dormem em tendas de campanha para reclamar o começo das obras de depuraçom que permita a recuperaçom da ria e também exigem cobrar os atrasos nos pagamentos (também tenhem que comer como os demais). De novo unilateralmente (durante todos estes meses nom houvo nem umha consulta coas confrarias) som convocadas as Confrarias pola Conselharia o dia 30 de Dezembro para informar do começo do uso da bateia em Janeiro, nom havia dinheiro para trabalhos (mas si para a bateia). Foi um fracasso, o primeiro marisco levado tivo que ser tirado de volta ao mar depois de três semanas sem depurar. O marisco depurado é vendido a 5 € quilo, o que com os topes marcados e com só três dias de extracçom da um ingressos de 480 € ao mês, com os que há que pagar seguro, combustível... e também viver. Isso seria o aguardado, mas nem sequer isso é possível, gaiolas que se perdem, dias de temporal que nom se pode ir ao mar, e umhas mermas que tenhem que assumir as Confrarias e que no mês de Abril para a Confraria de Baralhobre já sobre-passavam os 5000 €. Com a bateia o único futuro que queda é o peche das confrarias.
Chegado o mês de Março e sem cobrar atrasos desde Outubro (os correspondentes a pagos do plano) os mariscadores e mariscadoras de Baralhobre pecham-se no concelho de Fene. Realizam-se mobilizaçons, mas também cumpre-se realizando propostas, (entregada ao ministério de “Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente”) umha proposta de regeneraçom e recuperaçom dos bancos marisqueiros da ria de Ferrol. Também á conselharia de Meio Ambiente, Território e Infra-estruturas” umha “proposta de regeneraçom e recuperaçom ambiental dos bancos marisqueiros das Pias, Neda e praias de Baralhobre e Maninhos”. Ainda se está a aguardar a resposta. A ria desfeita, em total case 500 postos de trabalho em perigo, a Confraria cumpre e a Conselharia semelha que a única soluçom na que está interessada é no peche, pechar a ria e tirar a chave.
As ameaças e coerçons durante todo este tempo fôrom continuas, mas também o foi a determinaçom dos mariscadores e mariscadoras na defesa do seu meio de vida. Entre a resignaçom e submissom e a defesa do seu trabalho nunca tivérom duvida. Um exemplo de luita onde o PP estende as suas redes clientelares e onde procura a submissom. Um exemplo que anima seguir na luita na defesa dum sector que é fundamental para o nosso pais, e para desgraça de Feijo um problema para Espanha.
O dia 30 de Abril as mariscadoras e mariscadores de Baralhobre levantavam o peche no concelho de Fene. Fôrom 31 dias nos que a maior parte dos sócios e sócias da Confraria passárom polo baixo do edifício onde estivérom pechados. Nom é por desgraça a fim do caminho, foi umha mais da longa trajectória de loita para poder produzir e viver do seu trabalho. Tampouco foi um simples peche, ao longo deste mês desenvolvêrom-se, cortes de tráfico, concentraçons, roldas de prensa, comunicados aos meios, reparto de informaçom e até umha “caravana” reivindicativa ao longo de todos os concelhos da ria.
Mas comecemos polo principio. Como já comentei noutros artigos todas as rias galegas estám contaminadas, mais ou menos, a ausência de depuradoras de aguas residuais, recheios, a localizaçom inadequada de indústrias e sem controlo ambiental das suas actividades fam que as aguas mais produtivas de toda Europa sejam as mais contaminadas. Isto por suposto nom é por azar, tem responsáveis.
Mas a situaçom da ria de Ferrol é a pior com muita diferença. Os principais bancos marisqueiros estám em zona C permanentemente (elevada contaminaçom por bactérias fecais), e o resto dependendo da época do ano estám na mesma situaçom. Em Janeiro de 2006 começa-se a aplicar a normativa comunitária que impede a comercializaçom direita de marisco procedente de zona C, mas a Conselharia de Pesca (nesse momento em maos do PSOE) nom fai nada e permite continuar a extracçom. Chegado o mês de Dezembro, com a autorizaçom da Conselharia de pesca continua o marisqueio mais umha inspecçom de sanidade bloqueia o marisco e multa ás confrarias de Baralhobre e Ferrol por comercializar marisco procedente de zona C, aqui começa o conflito.
Já levavam anos de contínuo declive na extracçom polo destruiçom dos bancos marisqueiros, cada vez menos mariscadores e cada vez menos marisco. Mas a proibiçom de extracçom nom era tolerável, nom podiam pagar os mariscadores e mariscadoras pola negligência dos responsáveis dos bancos marisqueiros (Conselharia de Pesca), e dos que nom construíram as EDAR. Depois de intensos dias de mobilizaçons, em Janeiro de 2007 chega-se a um acordo, o “Plano de dinamizaçom marisqueira da ria de Ferrol”, a traves do mesmo as mariscadoras e mariscadores das confrarias de Baralhobre, Ferrol e Mugardos desenvolveriam umha série de trabalhos (limpezas, cavados, arados, translados...) de mantimento e recuperaçom dos bancos marisqueiros nas zonas C (polos que cobravam um dinheiro calculado segundo a meia dos ingressos dos últimos anos), combinados com extracçom nas zonas B quando fora possível.
Este plano mantivo-se desde o ano 2007 até o 2009, com ligeiras variaçons. Desapariçom de TRAGSA (que levava grande parte do dinheiro), e a adequaçom dos trabalhos que se realizava em reunions técnicas mensais. No ano 2010 começam os problemas, mas é no 2011 quando todo se desmorona. Do acordo anual passou-se a um acordo trimestral que a Conselharia mantivo os dous primeiros trimestres com muitos problemas e atrasos nos pagamentos. A partir de Junho acabou-se todo, a conselharia da por rematado o plano, e o 30 de Julho unilateralmente apresenta a bateia de depuraçom. Segundo a conselheira todo estava solucionado, a pedra filosofal das zonas C!, ia transformar o marisco contaminado em marisco limpo e a o mesmo ou melhor preço que o resto. O ano rematou sem ver a bateia e trás meses de loita retomou-se parcialmente o plano de dinamizaçom marisqueira da ria de Ferrol. A iniciativa do BNG votou-se no parlamento galego a continuaçom dum plano que permitira o mantimento do marisqueio na ria de Ferrol e as ajudas necessárias para manter um salário digno, apoiado polos outros dous grupos apenas tardárom em incumpri-lo.
Os mariscadores e mariscadoras nom estivérom parados. Na Primavera deste ano apresentam conjuntamente entre as confrarias de Baralhobre, A Corunha e Ferrol, o manifesto para a recuperaçom das rias e das costas galegas, começando umha recolhida de assinaturas para exigir a depuraçom das rias e dos seus bancos marisqueiros. Desde o segundo semestre de 2011 a loita é permanente, tanto como os incumprimentos e mentiras da Conselharia. Concentraçons, manifestaçons, peche da ria, e em outono de 2011 durante várias semanas um acampamento no centro de Ferrol diante da delegaçom da Junta. Mariscadores e mariscadoras de Baralhobre passam o dia e dormem em tendas de campanha para reclamar o começo das obras de depuraçom que permita a recuperaçom da ria e também exigem cobrar os atrasos nos pagamentos (também tenhem que comer como os demais). De novo unilateralmente (durante todos estes meses nom houvo nem umha consulta coas confrarias) som convocadas as Confrarias pola Conselharia o dia 30 de Dezembro para informar do começo do uso da bateia em Janeiro, nom havia dinheiro para trabalhos (mas si para a bateia). Foi um fracasso, o primeiro marisco levado tivo que ser tirado de volta ao mar depois de três semanas sem depurar. O marisco depurado é vendido a 5 € quilo, o que com os topes marcados e com só três dias de extracçom da um ingressos de 480 € ao mês, com os que há que pagar seguro, combustível... e também viver. Isso seria o aguardado, mas nem sequer isso é possível, gaiolas que se perdem, dias de temporal que nom se pode ir ao mar, e umhas mermas que tenhem que assumir as Confrarias e que no mês de Abril para a Confraria de Baralhobre já sobre-passavam os 5000 €. Com a bateia o único futuro que queda é o peche das confrarias.
Chegado o mês de Março e sem cobrar atrasos desde Outubro (os correspondentes a pagos do plano) os mariscadores e mariscadoras de Baralhobre pecham-se no concelho de Fene. Realizam-se mobilizaçons, mas também cumpre-se realizando propostas, (entregada ao ministério de “Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente”) umha proposta de regeneraçom e recuperaçom dos bancos marisqueiros da ria de Ferrol. Também á conselharia de Meio Ambiente, Território e Infra-estruturas” umha “proposta de regeneraçom e recuperaçom ambiental dos bancos marisqueiros das Pias, Neda e praias de Baralhobre e Maninhos”. Ainda se está a aguardar a resposta. A ria desfeita, em total case 500 postos de trabalho em perigo, a Confraria cumpre e a Conselharia semelha que a única soluçom na que está interessada é no peche, pechar a ria e tirar a chave.
As ameaças e coerçons durante todo este tempo fôrom continuas, mas também o foi a determinaçom dos mariscadores e mariscadoras na defesa do seu meio de vida. Entre a resignaçom e submissom e a defesa do seu trabalho nunca tivérom duvida. Um exemplo de luita onde o PP estende as suas redes clientelares e onde procura a submissom. Um exemplo que anima seguir na luita na defesa dum sector que é fundamental para o nosso pais, e para desgraça de Feijo um problema para Espanha.